Prédio de Ricardo Robles deixa quatro sem emprego

Dono do café 'Pão com Manteiga' garante ao CM que foi "despejado" por ordem do tribunal.

29 de julho de 2018 às 10:00
Robles e a irmã são donos de um prédio em Alfama Foto: Pedro Simões
Robles e a irmã são donos de um prédio em Alfama Foto: David Cabral Santos
Prédio de Ricardo Robles em Lisboa foi vandalizado Foto: Twitter/JM Condeixa
O prédio de Ricardo Robles em Alfama Foto: Portugal - IMO
O prédio de Ricardo Robles em Alfama Foto: Portugal - IMO
O prédio de Ricardo Robles em Alfama Foto: Portugal - IMO
O prédio de Ricardo Robles em Alfama Foto: Portugal - IMO
O prédio de Ricardo Robles em Alfama Foto: Portugal - IMO
O prédio de Ricardo Robles em Alfama Foto: Portugal - IMO
O prédio de Ricardo Robles em Alfama Foto: Portugal - IMO
O prédio de Ricardo Robles em Alfama Foto: Portugal - IMO
O prédio de Ricardo Robles em Alfama Foto: Portugal - IMO

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A remodelação do imóvel de Ricardo Robles - vereador do BE na Câmara de Lisboa -, em Alfama, levou a que quatro funcionários de um café ficassem sem emprego."Podiam ter sido cinco, mas eu optei por ir para a reforma, dado que já tinha 63 anos", contou ete sábado ao CM o gerente do Pão com Manteiga, que pediu para o seu nome não ser publicado. Adiantou, ainda, que acabou por ser "despejado" por "decisão do tribunal", porque "não aceitou vagar" o "primeiro esquerdo" do prédio que utilizava como "armazém" e "quarto de arrumos do pessoal". "Era o local onde eu tinha duas arcas frigoríficas. Quis aumentar-me a renda de 270 euros para 400 euros, com a condição de eu sair do andar de cima. E como eu não aceitei, ele colocou-me uma ação de despejo, que foi concretizada em outubro de 2016."

O arrendatário de duas frações do imóvel de Alfama - que Robles chegou a colocar à venda por 5,7 milhões de euros, tendo custado 347 mil euros ao político e à sua irmã Lígia - afirmou também ao CM que já avançou "para tribunal com um pedido de indemnização de 120 mil euros". "Esta verba tem a ver com benfeitorias que fiz ao longo de 28 anos de arrendamento. Os últimos tempos que passei no café foram difíceis. Pela pressão de ter de sair e pelas obras de remodelação. Havia sempre muito ruído e muito pó. Fiquei muito desgastado e decidi ir para a reforma", vincou.

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Contactado pelo CM, Ricardo Robles assegurou que apesar "das obras no café", o prédio estava em "mau estado"e representava um "perigo" para a segurança "do casal" que lá morava, bem como para os "clientes e trabalhadores" do estabelecimento. Garantiu que indemnizou o dono do café pela sua saída do local e que este não aceitou suspender a atividade enquanto decorriam as obras. E confirmou que há um "processo que decorre em tribunal".

Catarina Martins critica intenção de venda

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"A decisão que estava a ser tomada não seria a melhor no âmbito do que o Bloco defende", disse ontem Catarina Martins sobre a intenção, por parte de Robles, de venda do prédio em Alfama. Apesar da crítica inicial, a coordenadora do BE fez uma defesa acérrima do autarca, mas também afirmou que o vereador "não precisou de nenhuma notícia para fazer o que foi feito [decidir-se por colocar frações para arrendar]", o que não é verdade. Ricardo Robles começou o dia dizendo que o imóvel ia ser vendido a "breve trecho" e acabou afirmando que ia colocar as suas frações para arrendamento a preço acessível.

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