"Tudo é vaidade e carreira?": Mariana Mortágua responde a críticas sobre presença na Flotilha a Gaza

A líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, reagiu aos artigos de opinião de João Miguel Tavares e Francisco Mendes da Silva, publicados no Público, que criticam a presença da deputada na Flotilha a Gaza. 

Mortágua pegou nas palavras de Tavares e Mendes da Silva, que defende que, "a não ser que sejamos presidentes, primeiros-ministros ou generais de países muito poderosos", devemos "dedicar-nos a pequenas causas". "Desperdiço o meu tempo numa 'forma de vaidade' porque não tenho, como Tavares 'a sabedoria para compreender aquilo que não posso mudar'", ironizou a deputada, numa publicação na rede social Instagram.

A publicação surge em resposta a dois artigos de opinião da autoria de João Miguel Tavares e Francisco Mendes da Silva, publicados a 24 e 26 de setembro, respetivamente, no jornal Público. Ambos os autores deixaram críticas à Flotilha Humanitária e à presença da líder do Bloco de Esquerda na mesma.

"Tudo é vaidade e carreira?", líder do BE questionou e respondeu. Mariana Mortágua negou estar a "apostar numa carreira no ativismo internacional" ou estar "farta do Bloco" para onde, ironiza uma vez mais, "foi arrastada".

A deputada clarificou as razões políticas e pessoais que a levam a participar na Flotilha. "É onde me sinto mais útil agora, confrontando o bloqueio de Israel que às bombas soma fome e doença", afirmou Mortágua, acusando Mendes da Silva de ser "amigo do Estado israelita".

"Também sigo na Flotilha como deputada eleita e coordenadora do Bloco: no respeito pelos meus mandatos, luto contra o genocídio em curso", disse ainda.

E recorda: "Há muito povo português que sabe o que valeram os seus atos perante o genocídio em Timor Leste, que não esperaram por presidentes e governos. E há uma geração que já aprendeu na escola sobre o que diz a Constituição de Portugal sobre direitos humanos, autodeterminação dos povos, direito internacional.