"Há muito tempo que não víamos a cidade tão suja", afirmou a vereadora do PS Inês Drummond.
PS critica Carlos Moedas por se declarar 'inimputável' sobre lixo na cidade
Os vereadores da oposição à liderança PSD/CDS-PP na Câmara de Lisboa mostraram-se esta quarta-feira preocupados com as dificuldades na recolha do lixo na cidade, com os socialistas a criticarem o presidente do executivo, Carlos Moedas (PSD), por se declarar "inimputável".
"Há muito tempo que não víamos a cidade tão suja", afirmou a vereadora do PS Inês Drummond, referindo que, apesar das dificuldades registadas no passado, o problema "é sério", "não é uma questão pontual" e "começa a tornar-se mais estrutural".
Na reunião pública da Câmara de Lisboa, a socialista criticou as recentes declarações do social-democrata Carlos Moedas sobre os problemas na higiene urbana, inclusive por pedir o empenho de todos, desde os sindicatos dos trabalhadores às juntas de freguesia da cidade.
Para Inês Drummond, a postura do autarca do PSD é de "voltar à vitimização e a responsabilizar terceiros" ao se declarar "inimputável" e "um ilusionista" no assumir de responsabilidades.
Inês Drummond disse que, em 2019, quando o PS presidia ao executivo, o município tinha "menos viaturas e menos trabalhadores" na área da higiene urbana e a cidade produzia mais lixo, indicando que nesse ano, até junho, foram recolhidas 164 mil toneladas de resíduos urbanos, enquanto até junho deste ano foram recolhidas 148 mil toneladas.
A vereadora do PS acusou a liderança do PSD/CDS-PP de "falta de planeamento e de organização", porque "na higiene urbana não há medidas 'sexy' para colocar nas redes sociais", assegurando o apoio dos socialistas na contratação de mais trabalhadores nesta área e apelando ao presidente da câmara para se "concentrar nos problemas da cidade em vez de arranjar desculpas".
Também os vereadores do BE, Beatriz Gomes Dias, do Livre, Rui Tavares, e a independente eleita pela coligação PS/Livre, Paula Marques, questionaram sobre a situação do lixo na cidade.
Em resposta, Carlos Moedas discordou da intervenção da vereadora do PS, afirmou que o problema na recolha do lixo "existe há muito tempo" na cidade, reiterou que só pode ser resolvido se todos trabalharem "em conjunto".
O autarca assegurou ainda que, como presidente da câmara, está "a fazer o máximo para resolver a situação", inclusive com o pagamento de 18 milhões de euros às juntas de freguesia.
"Neste momento, até 18 de julho já entraram 63 cantoneiros, em um de agosto entram 87, até um de setembro entram 29 e, depois, 11 durante setembro", revelou o presidente da câmara, referindo-se à contratação de 190 trabalhadores na área da higiene urbana, dos quais 160 novos cantoneiros e outros 30 motoristas de veículos.
O social-democrata destacou o "esforço de todos" na resolução do problema e indicou que é preciso rever a organização estrutural na área da higiene urbana, uma vez que os cidadãos não percebem "quem é que faz o quê", se são as juntas de freguesias ou se é a câmara municipal, defendendo a criação de equipas a trabalhar em conjunto.
Carlos Moedas reforçou que a câmara está a dar mais meios e condições aos trabalhadores da higiene urbana, como o subsídio de insalubridade, para a valorização do papel que assumem na cidade e para dar resposta à situação do lixo, em que é preciso o empenho dos sindicatos e das freguesias, considerando que a resolução está "num bom caminho".
Os vereadores do BE e do Livre questionaram ainda a liderança PSD/CDS-PP sobre o atraso no pagamento dos salários dos cerca de 10 mil trabalhadores do município, que este mês não receberam no dia 25, como era habitual, e receberam no dia seguinte.
Segundo o presidente da Câmara, esse atraso deveu-se a um "erro técnico" que foi "imediatamente" resolvido e está ser analisado o que aconteceu, porque "nunca tinha acontecido".
O presidente do executivo camarário reforçou que "não há nada de político" no atraso registado no pagamento dos salários, assumiu que "é uma falha muito grave" e indicou que o município está disponível para ressarcir os trabalhadores que demonstrem ter sido prejudicados, por exemplo, quem tinha uma dívida ao banco que tinha de ser paga nesse dia, que "podem receber a diferença" do valor cobrado devido ao atraso.
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