Em 2024, a Assembleia da República assinalou a data pela primeira vez com uma sessão solene que seguiu o modelo da cerimónia dos 50 anos do 25 de Abril.
O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira a criação de uma comissão para promover e organizar as celebrações do 50.º aniversário da operação militar do 25 de Novembro de 1975, anunciou o ministro da Defesa Nacional.
Em conferência de imprensa após uma reunião do Conselho de Ministros, Nuno Melo detalhou que esta comissão será constituída por nove elementos, entre os quais um presidente designado pelo Ministério da Defesa e três vice-presidentes designados pelo presidente da Assembleia da República depois de ouvidos os partidos com assento parlamentar.
Farão também parte da comissão um representante designado pela ministra da Cultura, o diretor-geral de Política de Defesa Nacional, o presidente da Comissão Portuguesa de História Militar, um representante da Sociedade Histórica da Independência Nacional e um representante da Associação de Comandos.
Nuno Melo considerou que a composição desta comissão assegura a "transversalidade e natureza apartidária" da estrutura.
Os trabalhos desta comissão começam em novembro e estarão concluídos em maio de 2026 para que, explicou o ministro da Defesa, datas que "só foram possíveis pelo 25 de Novembro" possam ser "suficientemente assinaladas".
"O Estado cumprirá a sua obrigação para com uma data que é fundamental para a consolidação da democracia e liberdade em Portugal. Nós temos consciência de que o 25 de Novembro devolveu ao 25 de Abril o seu propósito originário", defendeu.
O ministro sublinhou que Portugal terá, assim, a "oportunidade de celebrar com sentido de justiça e de gratidão a liderança nos planos militar e política daqueles que tornaram tudo possível".
No campo militar, Melo destacou, em particular, as Forças Armadas, lideradas por Ramalho Eanes e Jaime Neves, e os que "tombaram pela liberdade, escrevendo com sangue o juramento feito perante a bandeira portuguesa do sacrifício supremo".
"No plano político, também, daqueles que lutaram pelos mesmos propósitos da democracia e da liberdade em vários partidos, desde logo do PS, do PSD, do CDS, liderados por personalidades como Mário Soares, Francisco Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Adelino Amaro da Costa", acrescentou.
Nuno Melo assegurou ainda que esta comissão não colide com a organizadora dos 50 anos do 25 de Abril, adiantando que o preâmbulo do diploma que aprova a estrutura prevê, inclusive, que haja uma diálogo com a comissão do cinquentenário da Revolução dos Cravos "para que tudo seja articulado".
Em 2024, a Assembleia da República assinalou a data pela primeira vez com uma sessão solene que seguiu o modelo da cerimónia dos 50 anos do 25 de Abril, depois de o CDS ter apresentado um projeto de resolução que recomendava a organização anual de uma sessão para celebrar a efeméride.
Das dezenas de entidades que foram convidadas para esta cerimónia, a Associação 25 de Abril e antigos membros do Grupo dos Nove declinaram o convite, considerando que a data está a ser deturpada e não pode ser equiparada ao 25 de Abril.
No dia 25 de Novembro de 1975, cerca de mil paraquedistas da Base Escola de Tancos ocuparam o Comando da Região Aérea de Monsanto e seis bases aéreas, ato que o Grupo dos Nove, grupo de militares da ala moderada do Movimento das Forças Armadas, considerou o indício de que poderia estar em preparação um golpe de Estado pela chamada esquerda militar.
A tentativa de sublevação daquelas unidades militares, conotadas com setores da extrema-esquerda, foi travada por um dispositivo com base no regimento de comandos da Amadora, sob a direção do então tenente-coronel Ramalho Eanes, futuro Presidente da República.
Ao fim da tarde, o então Presidente da República, Francisco da Costa Gomes, decretou o estado de sítio na região de Lisboa, e a situação foi controlada pelos militares afetos ao Grupo dos Nove no MFA.
Os acontecimentos do 25 de Novembro de 1975 tiveram ao longo de décadas várias versões e provocaram divisões sobre as responsabilidades de cada um dos atores e sobre quem deu o primeiro passo.
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