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Ventura considera que UGT está a ser "fortemente manipulada pelo PS"

Presidente do Chega disse ter "o respeito pela UGT", mas insistiu na crítica, considerando que é algo "muito negativo".

19 de novembro de 2025 às 18:45

O presidente do Chega, André Ventura, considerou esta quarta-feira que a União Geral de Trabalhadores (UGT) está a ser "fortemente manipulada pelo PS" no âmbito das alterações à lei laboral propostas pelo Governo PSD/CDS-PP.

"Eu fico com a sensação clara que a UGT está a ser fortemente manipulada pelo PS. Francamente. Lamento dizer isto assim, mas fico com a sensação que não está preocupada com a defesa dos trabalhadores, não está preocupada com a defesa das mães, não está preocupada com os despedimentos, está preocupada com fazer a vontade ao PS. E isso custa", criticou André Ventura.

O presidente do Chega falava aos jornalistas à margem de uma visita que fez esta quarta-feira, como candidato às eleições presidenciais, às instalações da Polícia Municipal de Sintra, na freguesia de Algueirão Mem-Martins, altura em que adiantou que membros do seu partido estiveram esta quarta-feira reunidos com representantes da UGT.

Ventura, que defendeu que o PS "não deve instrumentalizar os sindicatos para aquilo que quer", disse ter ficado convencido de que a UGT "está simplesmente a ser manobrada" pelos socialistas.

"É que já tínhamos a CGTP manobrada pelo PCP, agora temos a UGT manipulada pelo PS. E assim não há nenhum debate sobre os trabalhadores. Assim, isto é uma luta de chicana política em que a esquerda está a tentar ganhar agora o que não ganhou no dia 18 de maio", acusou.

O presidente do Chega disse ter "o respeito pela UGT", mas insistiu na crítica, considerando que é algo "muito negativo".

André Ventura afirmou ainda que o seu partido não vai permitir "nenhuma reforma laboral que tire direitos aos trabalhadores".

"Nem às mães, nem aos trabalhadores, nem vamos permitir despedimentos de qualquer maneira, isso é claro", acrescentou.

As centrais sindicais CGTP-IN e UGT convocaram uma greve geral para o próximo dia 11 de dezembro em protesto contra o anteprojeto do Governo de revisão da legislação laboral, que ainda será apresentado e votado na Assembleia da República.

Entre as alterações contidas no anteprojeto do Governo de revisão da legislação laboral estão a extensão da duração dos contratos a prazo, o regresso do banco de horas individual, o fim do travão à contratação externa após despedimentos, a revisão das licenças parentais e o reforço dos serviços mínimos obrigatórios em caso de greve.

Sobre o caso de duas mulheres, de 40 e 54 anos, funcionárias administrativas de uma Unidade de Saúde Familiar (USF), que foram hoje detidas pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita de inscrição fraudulenta de imigrantes no Serviço Nacional de Saúde (SNS), Ventura disse não estar surpreendido e considerou que este caso "dá-lhe razão".

"Há muito tempo que estou a dizer que há pessoas que estão a beneficiar do nosso sistema de saúde, que não deviam beneficiar do nosso sistema de saúde, que isto não é nada contra ninguém, mas que é fácil de perceber. (...) O que aconteceu é só a prova que eu sou o único dos candidatos que tem razão nesta matéria", argumentou.

O líder do Chega defendeu ainda a deportação destes imigrantes, apelando ao Governo PSD/CDS-PP para atuar.

André Ventura foi ainda questionado sobre uma notícia do Jornal Público que dá conta de que o deputado do Chega eleito pelo círculo Fora da Europa Manuel Magno Alves terá pedido reembolso de uma viagem nas mesmas datas em que faltou por doença. De acordo com o jornal, esta solicitação que foi recusada uma vez que o deputado se atrasou, pela segunda vez, a pedir a autorização prévia para viagens antes de as realizar como exige o regulamento.

Ventura disse não estar "por dentro da situação", mas adiantou que o parlamentar em causa "teve um AVC há umas semanas".

"O deputado Manuel Magno, depois de ter estado no hospital com um AVC, teve alta hospitalar, mas não lhe foi permitido viajar. E, portanto, pôde fazer o seu trabalho político lá, mas não lhe foi permitido viajar para Portugal, tanto quanto sei, até este momento. E o que diz o Presidente da Assembleia da República é que quando chegou esse pedido já veio fora do prazo. Convém confirmar com ele, mas eu queria dar-vos esta nota", acrescentou.

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