"Espero que esta atitude de Sócrates estimule o PS a fazer o exercício de introspeção", diz eurodeputada.
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Ana Gomes reage ao pedido de saída do PS por parte de Sócrates
A eurodeputada socialista Ana Gomes considerou esta sexta-feira que o pedido de desfiliação por José Sócrates do PS serve "a estratégia de vitimização" que o antigo primeiro-ministro tem escolhido para fazer face a "acusações graves" de vários crimes económico-financeiros.
"Obviamente que essa carta de Sócrates serve a estratégia de vitimização que ele tem escolhido para fazer face às acusações graves que contra ele pendem, portanto, não é nada de estranho [o pedido de desfiliação]", disse Ana Gomes.
A eurodeputada reagia assim em declarações à agência Lusa a propósito do anúncio feito por José Sócrates de que enviou uma carta ao partido a pedir a desfiliação do PS para acabar com um "embaraço mútuo", após críticas da direção.
Para Ana Gomes, o PS tem agora de refletir e identificar o que falhou nos seus controlos internos e externos "para se credibilizar junto do povo português".
"Só espero é que esta atitude de Sócrates facilite e estimule o PS a fazer o exercício de introspeção que é imperativo e que não pode mais ser adiado face ao que se sabe já e ao que ainda não se sabe sobre a teia de corrupção que tinha em Sócrates um ponto central", destacou.
No entender de Ana Gomes, o PS tem "de fazer de tudo para não permitir mais este tipo de comportamentos e acionar os mecanismos externos e internos para combater a corrupção".
A eurodeputada socialista disse ainda que o Congresso do partido a realizar entre 25 e 27 de maio na Batalha, distrito de Leiria, "é uma boa oportunidade" para o PS para analisar o tema.
Num artigo publicado hoje no Jornal de Notícias, José Sócrates, principal arguido na Operação Marquês, acusado de vários crimes económico-financeiros, nomeadamente corrupção e branqueamento de capitais, diz que está a ser alvo de "uma espécie de condenação sem julgamento".
O anúncio de José Sócrates surge depois das declarações do líder parlamentar, Carlos César, de vários militantes do PS e do primeiro-ministro e atual secretário-geral socialista, António Costa, que disse na quinta-feira que ninguém está acima da lei.
"Sou agora forçado a ouvir o que não posso deixar de interpretar como uma espécie de condenação sem julgamento. Desde sempre, como seu líder, e agora nos momentos mais difíceis, encontrei nos militantes do PS um apoio e companheirismo que não esquecerei. Mas a injustiça que agora a direção do PS comete comigo, juntando-se à direita política na tentativa de criminalizar uma governação, ultrapassa os limites do que é aceitável no convívio pessoal e político", sublinhou Sócrates.
"Considero, por isso, ter chegado o momento de pôr fim a este embaraço mútuo. Enderecei hoje uma carta ao partido Socialista pedindo a minha desfiliação do partido", anuncia no artigo de opinião.
José Sócrates salienta que "durante quatro anos" não ouviu "por parte da direção do PS uma palavra de condenação sobre os abusos" de que se diz alvo.
José Sócrates aderiu ao PS em 1981 e foi secretário-geral do partido entre 25 de setembro de 2004 e 06 de junho de 2011.
Ocupou o cargo de primeiro-ministro entre 2005 e 2011. Obteve, em 2005, a primeira maioria absoluta da história do PS em eleições legislativas.
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