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13 de janeiro de 2022 às 20:29

Costa pisca olho a acordo com PAN. Rio arrasa modelo económico socialista

António Costa e Rui Rio defrontaram-se esta quinta-feira no debate que marcou o fim dos frente-a-frente entre os líderes dos partidos políticos com assento parlamentar que antecedem as eleições legislativas de 30 de janeiro.

Os dois líderes das duas maiores forças políticas nacionais trocaram argumentos para tentar convencer o voto dos portugueses. Em destaque estiveram a redução de impostos, as propostas do PS e do PSD para o SNS e a Justiça. Costa piscou o olho ao PAN para um eventual acordo de governação e Rio considerou mais um governo socialista, com o atual modelo económico, "perigoso".

Quinta-feira, 13 de janeiro de 2022 às 20h34

"Perante a pandemia, travámos a oposição", diz Rio

Começa o debate decisivo que terá 01h15 de duração. Começa Rui Rio a responder a uma pergunta relacionada com acordos de governação e sobre acusações que lança ao PS de se "esgotar" a capacidade governativa de Costa e da Geringonça.

"Perante a pandemia, travámos a oposição. Antes e depois disso apresentámos diversas propostas alternativas", assegurou o social-democrata, dando exemplos como a revisão da Constituição e propostas relacionadas com o OE.

"Fazemos oposição civilizada. Há tempo para tudo", esclareceu, sublinhando que "este é o tempo para sublinhar as diferenças com o PS", acusando o governo socialistas de "falhanços em vários níveis: economia e serviços públicos, em particular no SNS".

Quinta-feira, 13 de janeiro de 2022 às 20h39

Costa acusa Rio de "ligeireza" em abordar alguns temas

"O País precisava de tudo menos desta crise politica", começou por dizer António Costa, respondendo que considera Rui Rio "um perigo para o País", devido "às propostas e ideias que defende". "Preocupa-se muito com os números e isso foi tornando-o insensível às pessoas", acusou.

O primeiro-ministro apontou ainda a "frescura e ligeireza" com que o adversário social-democrata aborda alguns temas, com o sistema de Segurança Social os as propinas do Ensino Superior.

Quinta-feira, 13 de janeiro de 2022 às 20h43

Rio e Costa falam da 'fotografia de 2015'

Rui Rio considerou que Costa  "não tem condições de reeditar a geringonça" e afirma que, perante uma eventual derrota do PS, e saída de Costa do partido, "teremos o Bloco de Esquerda no Governo, que é ainda pior".

"Na minha ótica é um perigo. Não ter imagem clara é como a ‘fotografia de 2015’", disse, referindo-se à génese da Geringonça para defender o direito aos portugueses de "um voto esclarecido",

Costa respondeu que Rio quer afastar a discussão das propostas (ou falta delas) do PSD.

Quinta-feira, 13 de janeiro de 2022 às 20h47

"Não viro as costas a Portugal", afirma Costa e pisca olho ao PAN

Perante um cenário de derrota nas eleições, Costa admitiu: "Se não ganhar, so posso ter uma leitura dos resultados. Respeito os portugueses, arrumo os papéis e entregarei a chave do gabinete a Rui Rio".

"Se não tiver maioria absoluta não viro as costas aos portugueses, não viro as costas a Portugal. Teremos que conversar com os partidos na AR", adiantou Costa, recordando que, apesar da geringonça não ser possível, "o PAN contribuiu para a atual crise política", num piscar de olhos ao partido. O primeiro-ministro admitiu governar com o PAN ou num "modelo clássico" à Guterres.

Quinta-feira, 13 de janeiro de 2022 às 20h52

Rio e Costa prometem descida do IRS

Rio e Costa esclarecem as propostas de descida do IRS. O social-democrata diz que é necessário mudar o modelo económico, "apostar nas exportações e no investimento e depois distribuir riqueza adicional". "Só nos últimos dois anos", disse o presidente do PSD sobre a data da redução, no âmbito de uma eventual legislatura.

Costa prometeu redução já num próximo Orçamento com 170 famílias isentas, redução do imposto para famílias de classe média e famílias com filhos, apontando também como medida de relevo o IRS Jovem.

Quinta-feira, 13 de janeiro de 2022 às 20h57

Redução do IRC dá mote a troca de acusações

Rui Rio apontou a "linha de continuidade" de Costa, alertando que "desde 1995 que Costa teve cargos de responsabilidade em todos os governos do PS". "Toda esta linha, que deu os resultados que sabemos, com Portugal na causa da Europa, é a que vai continuar", acusou.

O social-democrata afastou discriminação de algumas empresas em sede de IRC.

Sobre o mesmo tema, Costa considerou que o PSD faz "a proposta errada" e afirma que, durante os último seis anos, o peso dos impostos reduziu em 1%, sendo que as receitas da Seg. Social estão a aumentar devido à descida do desemprego.

Quinta-feira, 13 de janeiro de 2022 às 21h04

Aumento do salário mínimo aquece debate

Rui Rio prometeu "se eu for primeiro-ministro haverá aumento do salário mínimo, tendo em conta a inflação e ganhos de produtividade. Acima disso deve haver um bocadinho, decido em sede de concertação social".

O social-democrata lamentou que "a mediana dos salário em Portugal é 900 euros, a segunda pior da Europa, só na Bulgária e pior". "Quero que suba de forma sustentada", terminou Rio

António Costa afirma que  "o País precisa de aumentar em geral os seus salários, não só o mínimo". "Desde 2016 que PSD diz que o aumento do  salário mínimo não é possível", e apontou que Rio anunciava "descalabro" com aumento que se concretizou no governo socialista.

"Temos vindo a recuperar, e temos agora que fazer o esforço de nos colocarmos na média europeia", sublinhou como necessidade.

Quinta-feira, 13 de janeiro de 2022 às 21h15

"Os serviços públicos têm-se degradado com o PS", acusa Rio

Sobre os salários na Função Pública, Costa adiantou que a massa salarial vai subir 3% já no próximo ano, apontando que o Governo acabou "com o congelamento das progressões de carreira"

Rui Rio disse que "há funcionários públicos  a mais". "Precisamos de otimizar os recursos. Há mais funcionários e os serviços estão piores", acusou. "Os serviços públicos têm-se degradado com o PS", resumiu

Quinta-feira, 13 de janeiro de 2022 às 21h25

Falta de médicos de família revela divergências

Ambos prometem reforço nos médicos de família, para os portugueses que ainda não o têm. Rui Rio diz que é "promessa não cumprida" pelo PS e admitiu que, caso seja primeiro-ministro, admite recorrer fora do SNS, aos privados, em algumas situações, para colmatar a falta de médicos de família.

"O nosso horizonte é tentar garantir médico de família até ao final da minha legislatura", disse, garantindo até lá um sistema com "médico assistente". Rio continua defendendo reforço da PPP na saude.

António Costa admitiu que "temos que continuar a reforçar o SNS", em particular no que diz respeito a médicos de família, e negou que o sistema de saúde esteja fragilizado. "Temos mais 28 mil profissionais no SNS do que no início da legislatura. No ano passado tivemos mais 2006 cirurgias do que em 2019", enumerou, considerando que são "melhorias concretas".

"O reforço dos recursos humanos tem sido um reforço da qualidade do atendimento prestado ao utente", defendeu o primeiro-ministro.

"O que quer é que quem tem condições, a classe média, deixa de aproveitar um serviço gratuito e passa a pagar", acusou Costa sobre as PPP proposta por Rui Rio na Saúde. O social-democrata acusou-o de "teatro" e diz que o sistema "não está capaz de responder".

"O nosso SNS está entre os melhores a nível mundial", afirmou António Costa, enquanto Rui Rio respondeu que o adversário estava a "confundir a qualidade dos profissionais com o acesso que os utentes têm á Saúde".

Quinta-feira, 13 de janeiro de 2022 às 21h38

Costa diz que Rio é "perigoso na justiça" e social-democrata crítica "morosidade"

Rui Rio considerou que a "capacidade da Justiça é fraquíssima". O social-democrata recordou "a morosidade, em casos de alta gravidade, os julgamentos populares e a quebra de segredo de justiça, a alta corrupção, e uma justiça que não tem estado capaz de lhe por cobro".

"O retrato da justiça é mau", resumiu Rio sobre o atual panorama.

Costa admitiu que demora da Justiça administrativa é uma realidade, como apontou o adversário. "Há processos que se arrastam muito tempo", disse, e recordou o pacote de luta contra a corrupção aprovado que deu contributo para "a celeridade de megaprocessos". O primeiro-ministro aproveitou para criticar o programa do PSD, classificando-o de "perigoso" neste aspeto.

Ambos os candidatos apelaram a maior "transparência" no sistema judicial e trocaram acusações de "populismo" no tema, sobre a proposta do PSD de não ter maioria de juízes no Conselho Superior do Ministério Público.

"Temos de garantir magistrados independentes", apontou António Costa, enquanto Rui Rio, negou que fosse um caso de"colocar o poder no Conselho Superior da Magistratura".

Quinta-feira, 13 de janeiro de 2022 às 21h45

Costa nega nova injeção da TAP

O debate terminou com Costa a negar nova injeção de capital na TAP. "Felizmente já há outras companhias interessadas em adquirir 50% do capital alienado", defendeu, apontando que "o plano de reestruturação é claro e a Europa validou-o".

Rui Rio defendeu que a TAP devia ser nacionalizada. "3,2 mil milhões de euros de injeção na empresa não é aceitável. Só serve o aeroporto de Lisboa", acusou Rui Rio, que exemplificou o caso de um viajante de Espanha que pagaria menos do que um português para viajar para São Francisco.

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