Primeiro-ministro garante que esta será uma fase difícil que terá efeitos prolongados na economia.
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O primeiro-ministro, António Costa, está tranquilo em relação aos meios disponíveis na área da Saúde em Portugal para enfrentar a pandemia de Covid-19 em Portugal. "Até agora não faltou nada aos hospitais e não é previsível que falte", disse durante uma entrevista à TVI. Portugal está em estado de emergência desde as 00h00 de quinta-feira, até às 23h59 de 2 de abril.
"Houve já um reforço de mil médicos e 1800 enfermeiros, um reforço da capacidade de resposta da linha de Saúde 24", disse o primeiro-ministro, sob as condições existentes para enfrentar a pandemia. Segundo o chefe do Executivo, foram pagos 10 milhões de dólares para adquirir 500 ventiladores à China.
"Todos temos que ter a calma suficiente para não entrar em pânico", apelou o primeiro-ministro, lembrando que as autoridades competentes estão a tratar da pandemia. "Temos autoridades de saúde que estão a seguir as melhores práticas", reforçou.
O primeiro-ministro garantiu ainda que vão chegar 280 mil testes nos próximos dias, sendo 80 mil assegurados até ao final da semana.
Sobre o achatamento da curva, o chefe de governo sublinha que exige "disciplina de todos" e afirma ainda que é preciso "resistir ao egoísmo". Quanto aos gestos do dia a dia, que todos nós tivemos de adaptar, Costa afirma: "Temos de pensar duas vezes, eu roo as unhas e cada vez que levo o dedo à boca tenho de me lembrar que não posso".
Estrangeiros no cruzeiro que ontem atracou em Lisboa só saem para o aeroporto
Sobre a situação do cruzeiro que se encontra atracado em Lisboa desde este domingo, Costa garante que os estrangeiros no interior do navio só sairão diretamente para o aeroporto para regressarem aos países de origem nos respetivos voos charters.
"Só permitimos o desembarque dos 27 cidadãos nacionais a bordo depois de testados", sublinhou, concluindo que esses portugueses estão de quarentena nas suas habitações.
"Só permitimos o desembarque dos 27 cidadãos nacionais a bordo depois de testados", sublinhou, concluindo que esses portugueses estão de quarentena nas suas habitações. Economia vai sofrer danos prolongados
Ao longo da entrevista, António Costa assumiu que "não há boias que nos ajudem num tsunami", admitindo que Portugal terá uma longa recuperação pela frente após ultrapassar esta primeira onda. "Temos um tsunami pela frente", garantiu.
"A prioridade é segurar as empresas que existem e os postos de trabalho. É um esforço enorme manter esses postos de trabalho", sublinhou, afirmando ainda que esta não é altura para despedimentos.
"Vamos aguentar as coisas o melhor possível até ao final de maio, em junho teremos dados mais sólidos", concluiu.
A dívida portuguesa enfrenta assim um período que se adivinha negro e o primeiro-ministro português não tem dúvidas: "A Europa tem que ter um grande projeto de reconstrução e mobilização".
"Mil milhões de euros é quanto custará a lay-off ao Estado, temos que nestes três meses fazer um esforço conjunto de sustentar as empresas", admite Costa.
Linhas de crédito para empresas com spreads entre 1% e 1,5%
As linhas de crédito de três mil milhões de euros lançadas pelo Governo para dar garantias de liquidez às empresas durante a pandemia vão ter spreads entre 1% e 1,5%, consoante a maturidade do empréstimo, que poderá ir até quatro anos (com um ano de carência). A garantia dada pelo Estado não incidirá sobre a totalidade do capital, variando antes entre os 80% e os 90%, disse António Costa.
O anúncio das linhas de crédito, num total de 3 mil milhões de euros, com garantia de Estado já tinha sido feito pelo Governo na semana passada, mas faltava ainda saber as condições envolvidas.
"O País não pode parar"
"O que se está a passar hoje no ensino é absolutamente extraordinário", afirma referindo-se ao trabalho escolar que está a ser feito a partir de casa.
De olhos postos no futuro
António Costa garantiu que os próximos tempos não serão um "mar de rosas", mas mantém a abordagem otimista que lhe é conhecida.
"Se nos mantivermos unidos, disciplinados no nosso dever individual, vamos vencer o vírus", sublinhou concluindo: "Espero voltar a beijar pessoas, a abraçar pessoas, a apertar a mão".
Situação atual
Portugal tem 23 mortes associadas ao vírus da covid-19 confirmadas, mais nove do que no domingo, e 2.060 pessoas infetadas, segundo o boletim desta segunda-feira da Direção-Geral da Saúde.
Estão confirmadas nove mortes na região Norte, cinco na região Centro, oito na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve, revela o boletim epidemiológico com dados referentes até às 24h00 de domingo.
Das 2.060 pessoas infetadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria (1.859) está a recuperar em casa, 201 estão internadas, 47 das quais em Unidades de Cuidados Intensivos. De acordo com os dados da DGS, há mais 460 casos (22,3%) confirmados de infeção com o novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, do que no domingo.
O novo coronavírus já matou pelo menos 16.146 pessoas em todo o mundo desde seu surgimento em dezembro, de acordo com dados recolhidos até às 19h00 desta segunda-feira pela agência AFP a partir de fontes oficiais. Segundo os dados, mais de 361.510 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados em 174 países e territórios desde o início da epidemia.
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