Em causa está a indefinição do traçado da Linha Violeta do metro de superfície.
A CDU de Loures e Odivelas entregaram esta segunda-feira uma "carta aberta" ao ministro do Ambiente, por causa da indefinição do traçado da Linha Violeta do metro de superfície, mas consideram positivo o estudo da Linha Circular funcionar em laço.
"Estamos muito preocupados em Loures e Odivelas, no que toca à Linha Violeta, por os prazos do projeto já estarem largamente ultrapassados, e já leva mais de dois anos que o PS em Loures está para acabar o traçado do metro, mas ainda não conseguiu fechar esse processo", explicou à Lusa o vereador da CDU na Câmara de Loures, Tiago Matias.
O autarca falava após a entrega, no Ministério do Ambiente e Ação Climática, em Lisboa, de uma "carta aberta" ao ministro Duarte Cordeiro sobre o metro para Loures e Odivelas.
No documento, os autarcas dos dois municípios exigem ao governante a "tomada de medidas urgentes" para "acelerar o processo de lançamento da empreitada do MLS [metro ligeiro de superfície] a Loures e Odivelas e que sejam acauteladas as verbas necessárias para a sua construção na mesma medida que ocorre em investimentos similares noutros municípios".
A outra exigência passa pela "clarificação da viabilidade técnica e assunção da implementação da solução da linha em laço na interligação da Linha Amarela à futura Linha Circular" do metropolitano e das condições de mobilidade entre os concelhos de Loures, Odivelas e Lisboa.
No que toca à futura Linha Violeta do MLS, Tiago Matias salientou que "até ao final do ano há a perspetiva de lançar essa empreitada, mas depois de tantos atrasos" já desconfiam e têm "algumas dúvidas se vai acontecer".
"Foi reiterado esse compromisso pelos representantes do senhor ministro na reunião, que isso se mantém com essa calendarização, mas ainda não conhecemos a versão final do traçado", apontou o vereador, acrescentando que também preocupa a CDU "a perspetiva que tem sido adiantada em algumas reuniões de câmara de que o município tenha que pagar uma parte deste investimento".
O Metropolitano de Lisboa e as câmaras de Loures e Odivelas assinaram em janeiro de 2021 um protocolo para o desenvolvimento de uma rede em modo de MLS articulando as ligações a Lisboa de Loures e Odivelas, através da estação de Odivelas do metro de Lisboa, num investimento no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de 250 milhões de euros.
Na "carta aberta", a CDU admite ter recebido "com enorme estupefação" a informação "sobre a necessidade de os dois municípios envolvidos no projeto serem chamados a suportar os encargos com os aumentos de custos", relacionados com mão-de-obra e materiais, que se estima agora num valor global "de 410 milhões de euros", que para Loures se podem traduzir em "30 milhões de euros".
Situação "mais incompreensível" quando se apresenta "publicamente o reforço de verbas do investimento do Estado, e não dos municípios abrangidos, em outras expansões das redes de transporte público pesado", nomeadamente em Lisboa, com a expansão da Linha Vermelha ("aumento de 33%"), e Linha Circular (mais 58%), e no Porto, com a nova Linha Rubi (mais 45%") e Linha Rosa (mais 29%), é acrescentado.
"Qual a razão para a discriminação objetiva e diferenciada na repartição de encargos entre os projetos similares em curso nos diversos municípios do nosso país, onde foi anunciado publicamente pelo Governo o seu reforço de financiamento, quer pelo Fundo Ambiental, Orçamento do Estado ou até por novas verbas oriundas do PRR", questiona a CDU.
"Não queremos acreditar que possa haver dois pesos e duas medidas para municípios do mesmo país", disse Tiago Matias, adiantando que, no Ministério, lhes disseram "que os valores ainda não estão fechados e registaram" a "preocupação" da CDU.
Em relação à Linha Circular, a CDU receia que "tenderá a incentivar à retoma do automóvel, aumentando a poluição, o congestionamento e o custo de vida".
"Com a Linha Circular introduz-se um novo transbordo para quem vem de Loures, Odivelas e zonas de Lisboa a norte do Campo Grande, como as freguesias de Santa Clara e do Lumiar, no acesso à Cidade Universitária e centro da cidade, bem como a quem vem de Telheiras em direção a Alvalade e centro da cidade", lê-se na "carta aberta", notando que "o desempenho do futuro MLS de Loures e Odivelas também ficará onerado pelo novo transbordo da Linha Amarela".
Por exemplo, "para ir de Loures à Ajuda será necessário utilizar cinco comboios diferentes" com "quatro transbordos", o que, para qualquer utilizador, "é extremamente desincentivador do uso do transporte público".
A opção pela linha em laço, voltando a ligar diretamente Odivelas e Telheiras ao centro da cidade, "seria positiva para as populações, na medida em que obviaria os transbordos que se perspetivam com a solução em curso da Linha Circular", escrevem os comunistas.
Da reunião no Ministério, Tiago Matias considerou "positivo registar que, com o incremento de 30 a 40 milhões [de euros] vai ser garantida" essa possibilidade, "não se sabendo ainda ao certo como é que isso depois se implementa do ponto de vista da semaforização, dos horários em que a linha em laço possa vir a ser utilizada".
Contudo, acrescentou, com o investimento adicional, "falta decidir a forma de como operacionalizar a linha em laço, ainda que sujeito a um estudo de procura face à entrada da Linha Violeta em curso".
Os eleitos da CDU de Loures promoveram ainda durante a manhã uma ação junto dos utentes do Centro de Saúde de Moscavide e do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, para denunciar, entre outros problemas, a falta de médicos.
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