Pedido para ouvir Medina no parlamento foi hoje entregue à Comissão de Orçamento e Finanças.
O Chega deu esta terça-feira entrada na Assembleia da República de um requerimento para ouvir o ministro das Finanças, Fernando Medina, sobre a contratação para a sua tutela do ex-diretor de informação da TVI Sérgio Figueiredo.
"É evidente para todos que há aqui uma questão de tem que ser explicada do ponto de vista da transparência, sobretudo da transparência política e do ponto de vista da transparência da relação do Governo com a imprensa em geral", defendeu o presidente do Chega, André Ventura, numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.
O líder do Chega reagia à notícia hoje divulgada pelo jornal Público, que indica que o Ministério das Finanças contratou o antigo diretor de informação da TVI e ex-administrador da Fundação EDP Sérgio Figueiredo como consultor estratégico.
O pedido para ouvir Medina no parlamento foi hoje entregue à Comissão de Orçamento e Finanças, continuou Ventura, que salientou o facto de Fernando Medina ter sido comentador do canal televisivo TVI24 e, depois, CNN Portugal, entre 2015 e 2022, coincidindo com o período em que Sérgio Figueiredo foi diretor de informação do canal televisivo (2015-2020).
Neste contexto, o partido liderado por Ventura quer que Medina explique no parlamento "as razões que estão por detrás desta contratação, que foi por ajuste direto", com um salário equiparado a ministro, "e quais as motivações políticas".
"É evidente que as pessoas têm direito a trabalhar quando saem da vida quer pública, quer política, quer mediática noutras áreas, ninguém deve ser limitado no seu trabalho e nas suas funções, mas é também evidente que há aqui uma proximidade e um escrutínio especial que deve ser feito entre a oposição e Governo nesta matéria de contratações e ajustes diretos", sustentou.
Ventura considerou que esta contratação poderia ter "passado por procedimentos normais, concursais, de forma mais aberta e transparente".
"Entendemos que ao fazê-lo assim, mesmo que não seja isso que de facto está a acontecer, Fernando Medina passa uma ideia de recompensa política que é negativa para o Estado, para o próprio Fernando Medina, para o Sérgio Figueiredo, e para o país passa a perceção de algum conluio político e de uma recompensa política que não é boa para o exercício de funções, nem do Sérgio Figueiredo, nem do ministro", argumentou.
Sem querer alimentar "especulações", Ventura insistiu que o parlamento é o local indicado para que o governante dê explicações sobre o assunto.
O jornal Público noticia hoje que o Ministério das Finanças contratou o antigo diretor de informação da TVI e ex-administrador da Fundação EDP Sérgio Figueiredo como consultor estratégico para fazer a avaliação e monitorização do impacto das políticas públicas.
Segundo o jornal, o contrato em questão é por ajuste direto e Sérgio Figueiredo irá auferir um ordenado ilíquido equivalente ao vencimento mensal de um ministro, correspondendo a 4.767 euros. Sérgio Figueiredo terá começado a desempenhar as suas funções a 29 de julho.
Ao Público, o ministério tutelado por Fernando Medina confirmou a contratação de Sérgio Figueiredo, afirmando que o antigo jornalista irá "prestar serviços de consultoria no desenho, implementação e acompanhamento de políticas públicas, incluindo a auscultação de partes interessadas na economia portuguesa e a avaliação e monitorização dessas mesmas políticas".
O jornal avança ainda que o contrato de Sérgio Figueiredo terá uma duração de dois anos e o antigo jornalista irá "ajudar a conceber e desenhar as políticas públicas do ministério de Fernando Medina, mas também monitorizar a sua execução e a perceção, em tempo real, que têm delas as partes interessadas".
Nascido em 1966, Sérgio Figueiredo já foi diretor do Diário Económico e do Jornal de Negócios, tendo também trabalhado para o canal televisivo RTP2. Entre 2007 e 2014 foi diretor da Fundação EDP e, entre 2015 e 2020, foi diretor de informação da TVI.
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