André Ventura afirmou que o Executivo deve recuar na possibilidade de se contratar em regime de 'outsourcing' após um despedimento.
O presidente do Chega, André Ventura, anunciou esta sexta-feira que o seu partido votará contra o novo pacote laboral no parlamento se o Governo não ceder em matérias como o despedimentos e alterações na área da parentalidade.
Em declarações aos jornalistas à entrada de uma reunião com a Ordem dos Advogados, em Lisboa, André Ventura disse que o Chega se opõe a várias das medidas previstas no anteprojeto de revisão da legislação laboral apresentado pelo Governo e que, sem cedências do executivo, o partido não a aprovará.
"Se fosse como está agora, está mal, [o Chega] está contra. Porque está errado. É um ataque a quem trabalha, é um ataque a quem investe, é um ataque a quem se esforça. É tão simples como isto", disse, após ser questionado sobre se o partido votará contra o diploma se não houver alterações.
Inquirido sobre as condições do Chega para negociar com o Governo a viabilização de alterações às leis do trabalho, André Ventura afirmou que o executivo não pode ir "atrás das mulheres que querem ter filhos" e deve recuar na possibilidade de se contratar em regime de 'outsourcing' após um despedimento.
O líder do Chega criticou também a intenção de impedir a reintegração dos trabalhadores nas empresas em caso de despedimento ilícito, acrescentando que assim se cria um "bar aberto para despedimentos" e que esta é uma demonstração de "falta de humanidade".
"O que o Governo quer fazer é criar em todos a sensação de vida instável. Naquela lógica liberal: se for uma coisa selvagem, todos contra todos, vamos todos ficar melhor. Isso é errado", atirou.
Com a atual composição parlamentar, o Governo PSD/CDS-PP necessita do apoio do PS ou do Chega, no mínimo, para conseguir uma maioria para a viabilização de diplomas. Porém, os socialistas têm mantido uma postura muito crítica e já manifestaram que não encontram quaisquer "pontos positivos" nesta proposta de legislação laboral, sendo que, mantendo-se a oposição do partido de Ventura, as alterações correm o risco de serem chumbadas pela Assembleia da República.
Sobre a greve geral, André Ventura recusou qualquer contradição entre as suas posições, argumentando que "foi o Governo que levou os trabalhadores para esta greve", uma vez que havia tempo para negociar e impedir uma "lei que quer despedir toda a gente de qualquer maneira" e que aumenta a precariedade.
A 9 de novembro, o presidente do Chega criticou a greve geral, qualificando-a como "um erro em que só a extrema-esquerda e os partidos a ela ligados conseguem ver qualquer benefício".
Para Ventura, a nova legislação laboral "não premeia quem trabalha", mas sim quem vive de subsídios, e não é compreensível que um "Governo que se diz humanista" apresente um anteprojeto com as características do que está em discussão na concertação social.
O também candidato presidencial frisou que acabou o tempo em que a esquerda é que está ao lado de quem trabalha, e que agora "é a direita que defende os trabalhadores", recusando-se a optar por um lado entre as centrais sindicais e o Governo.
Ventura evitou também tomar partido sobre quem tem razão quanto à adesão à greve, classificando, por um lado, como uma "mentira evidente" a versão do executivo e, por outro, disse ser uma "evidência" que o número de trabalhadores em greve não atingiu os mais de três milhões avançados pelos sindicatos.
O candidato a Belém, questionado sobre o que faria enquanto Presidente da República se a lei fosse aprovada pelo parlamento, Ventura disse que, nesse cenário, respeitaria a vontade dos deputados, mas lembrou a necessidade do apoio do Chega para formar uma maioria que, atualmente, não existe.
André Ventura também se referiu aos distúrbios ocorridos esta quinta-feira junto à Assembleia da República, protagonizados por manifestantes que protestavam contra a lei laboral, lamentando o que classificou como um "branqueamento" por, alegou, os protestos serem da autoria de pessoas de esquerda.
Sobre uma queixa, noticiada pelo Público, do diretor da organização Black Europeans contra membros do Chega por insultos racistas, Ventura afirmou que os filiados do seu partido foram insultados e que está a ser omitida uma parte dos acontecimentos.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.