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CNE diz que há limties e remete queixas sobre cartazes de Ventura ao MP

André Wemans, afirmou terem sido recebidas dezenas de queixas contra os cartazes de André Ventura.

29 de outubro de 2025 às 13:41

A CNE considera que o conteúdo da propaganda política está sujeito a determinados limites e remeteu as queixas que recebeu sobre os cartazes de André Ventura com referência ao Bangladesh e a ciganos para o Ministério Público.

Em declarações à Lusa, o porta-voz da CNE, André Wemans, afirmou terem sido recebidas dezenas de queixas contra os cartazes de André Ventura, denunciando mensagens políticas xenófobas e de apelo ao racismo .

"A nossa obrigação, sendo isso crimes públicos, e tendo chegado a queixa, é sempre passar estas queixas para o Ministério Público", disse.

Na deliberação, aprovada terça-feira e consultada hoje pela Lusa, a CNE argumenta que, uma vez que as presidenciais não estão ainda oficialmente marcadas, "não tem competência para intervir nesta matéria fora do período eleitoral", decidindo por isso enviar as queixas para o MP para que se possa "apurar da prática de algum ilícito penal".

"Isto não é o Bangladesh" e "Os ciganos têm de cumprir a lei" são as frases nos dois cartazes de André Ventura.

A CNE frisa que, embora "o direito ao não impedimento de realização de ações de propaganda" seja "corolário da liberdade de expressão", o conteúdo da propaganda está "naturalmente, sujeito a determinados limites" previstos no Código Penal.

Sobre os dois cartazes em causa, a CNE afirma que "fazem referência expressa e concreta a um grupo de pessoas com base na sua origem e a um outro grupo com base na sua etnia".

A comissão considera que há "situações em que é passível de ser analisado o conteúdo concreto" de textos ou imagens de materiais de propaganda em casos como os que há difamação, ofensa às instituições democrática, apelo à desordem ou incitamento ao ódio.

"Assim, o amplo domínio de proteção da liberdade de expressão terá a sua fronteira quando possa pôr em causa o conteúdo essencial de outro direito ou atingir intoleravelmente a moral social ou os valores e princípios fundamentais da ordem constitucional", considera a CNE na deliberação.

Oito associações ciganas anunciaram que vão apresentar queixa no Ministério Público e ponderam avançar com uma providência cautelar para que sejam retirados.

O PS também apelou do líder intervenção do Ministério Público para aplicar eventuais sanções por causa dos cartazes.

O candidato a Presidente da República e líder do Chega, André Ventura, recusou hoje retirar os cartazes com referências à comunidade cigana e ao Bangladesh, defendendo que está em causa a sua liberdade de expressão.

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