A edição de hoje
André Ventura acusa Governo de "sacar dinheiro da gasolina e do gasóleo".
O primeiro-ministro e o presidente do Chega protagonizaram o momento mais tenso do debate do Orçamento do Estado, quando Luís Montenegro recuperou declarações recentes em que André Ventura defendeu “três Salazares” em Portugal. “Eu vivo em Portugal, ando na rua e não tenho saudades do Portugal de há mais de 51 anos”, atirou o chefe do Governo.
Montenegro tinha ouvido Ventura dizer que “não vale a pena baixar o IRC se depois vai ao longo do ano sacar mais impostos nos combustíveis”, e alegar que “os espanhóis disseram à Comissão Europeia para ir passear” no que toca ao fim do desconto no ISP e à atualização da taxa de carbono.
“Se o senhor deputado quer juntar a três Salazares, dois Pedro Sánchez, é opção sua, mas não é a minha”, replicou o primeiro-ministro, numa resposta àquele que foi o mote do Chega para levar até ao fim a dúvida de como vai votar o Orçamento. Montenegro foi obrigado a explicar, mais que uma vez, que o aumento na cobrança do imposto diz respeito ao “aumento do consumo”.
“O senhor deputado deu as voltas todas para encontrar o ISP. [...] Não vai haver mais impostos. Quando muito vamos eliminar o imposto por imposições europeias”, sublinhou o líder do Executivo, que foi longamente aplaudido de pé pelas bancadas do PSD e do CDS quando alertou que “a ditadura é ela própria a corrupção”.
Mas se o Chega insiste no caminho para o ISP, o PS insiste nas pensões. “Ao contrário do que afirmou a ministra do Trabalho, as pensões mais baixas terão perda de rendimento”, disse o líder do PS. Por isso, José Luís Carneiro desafiou o primeiro-ministro a aumentar as pensões.
Contudo, este deixou claro que “o Governo não está disponível para assumir pelo segundo ano consecutivo o aumento permanente [adicional] das pensões”. Voltou a dizer que, se houver “folga orçamental suficiente”, o Executivo tornará a “pagar um suplemento extraordinário”.
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