O 37.º Congresso do Partido Social Democrata arranca na sexta-feira.
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O 37.º Congresso do PSD arranca na sexta-feira e deverá ficar marcado pelo primeiro discurso do novo presidente eleito, Rui Rio, em silêncio há quase um mês, e por vários reptos para que clarifique as suas ideias.
A saída de Hugo Soares da liderança da bancada e a sua sucessão a ser decidida em eleições no grupo parlamentar já na próxima semana prometem também aquecer o debate nos três dias de reunião no Centro de Congressos de Lisboa.
Durante o período entre as diretas, 13 de janeiro, e o Congresso, foram várias as vozes a desafiar o novo líder a clarificar, sobretudo, a sua estratégia em relação ao PS, reptos que deverão repetir-se em Congresso.
Se, na sua moção, Rui Rio nada diz sobre o PS e apenas enuncia o princípio geral de que o PSD não se pode excluir de entendimentos sempre que esteja em causa "o interesse nacional", durante a campanha interna que disputou com Pedro Santana Lopes foi mais longe.
Em entrevistas e depois em debates, Rio admitiu que o PSD poderá, se perder as legislativas de 2019, viabilizar um Governo minoritário do PS como forma de afastar PCP e BE da esfera de governação e retomar a tradição de deixar o partido que ganha as eleições governar.
Esta posição mereceu fortes críticas do seu adversário na disputa, Pedro Santana Lopes, que, em recente entrevista ao Expresso, reiterou que mantém legitimidade para discordar dessa estratégia e pretende dizê-lo em Congresso.
Também Luís Montenegro, que chegou a admitir ser candidato à liderança e é visto como uma reserva para próximas disputas, reiterou que a missão do PSD "é ser um partido alternativo ao PS", mas tem-se guardado para a intervenção que fará na reunião magna dos sociais-democratas.
Uma das 20 propostas temáticas, a da distrital de Lisboa, que tem como subscritor Pedro Pinto -- um dos principais apoiantes de Santana Lopes -- retoma a questão da alternativa, desafiando a nova liderança a "dizer não a este Partido Socialista".
A duas semanas do Congresso, o atual vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, escreveu uma carta aberta a Rui Rio desafiando-o a clarificar no Congresso as suas posições neste ponto, exigindo-lhe uma vitória nas próximas legislativas e considerando que não está mandatado para, por exemplo, aprovar o próximo Orçamento do Estado deste executivo.
Mais pacificador tem sido outro dos potenciais futuros candidatos à liderança, Pedro Duarte, que defende que o partido deve dar "pelo menos o benefício da dúvida" ao líder recém-eleito, embora admita que também gostaria de ver clarificado que o PSD chumbará o próximo Orçamento do Estado, se este for de continuidade.
O grupo parlamentar será outro dos temas no centro do debate político, depois de, na quarta-feira, Hugo Soares ter anunciado a convocação de eleições para a próxima semana, dia 22, na sequência de um encontro no sábado em que Rui Rio lhe manifestou o desejo de trabalhar com outra direção de bancada.
Nas últimas semanas intensificaram-se os sinais de que Rui Rio não quereria a continuidade de Hugo Soares e são vários os nomes apontados como 'bem-vistos' pelo novo líder para o cargo, entre os quais o do vice-presidente da bancada Adão Silva ou dos deputados Luís Campos Ferreira e Fernando Negrão.
O Congresso irá ainda eleger os novos órgãos nacionais, nomes que Rui Rio tem guardado a 'sete chaves', antecipando-se apenas que personalidades que estiveram na sua estrutura mais próxima, como Salvador Malheiro, Feliciano Barreiras Duarte, David Justino ou Manuel Castro Almeida, deverão ter um lugar junto do presidente.
No entanto, na quarta-feira à tarde, a SIC-Notícias avançou que Santana Lopes aceitou o convite do novo presidente para encabeçar a lista da direção ao Conselho Nacional, tradição iniciada com Passos Coelho que, em 2010, também chamou para este órgão o então candidato derrotado Paulo Rangel.
O 37.º Congresso servirá também para o partido se despedir do seu segundo presidente mais duradouro até hoje: Pedro Passos Coelho falará na sexta-feira aos militantes sociais-democratas, partido que liderou quase oito anos (só ultrapassado por Cavaco Silva, que este à frente do PSD por uma década).
Passos quebrou na semana passada o quase silêncio a que se remeteu nesta fase de transição para dizer que "a divisão do PSD acabou nas eleições", mas também para deixar um conselho a quem se segue: "Cabe a iniciativa a quem ganhou, mas não se pode excluir quem perdeu".
Entre os ex-líderes, além de Santana Lopes, também Francisco Pinto Balsemão e Manuela Ferreira Leite -- ambos apoiantes de Rui Rio - contam marcar presença no congresso, confirmou a agência Lusa, mas apenas na sessão de encerramento, para ouvir o discurso final do presidente do PSD, no domingo. Já Luís Marques Mendes e Luís Filipe Menezes responderam à Lusa que não irão estar presentes.
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