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Crimes violentos em Lisboa geram sentimento de insegurança exacerbado, refere ministra

Declarações surgem na sequência dos cinco casos de pessoas baleadas registados na região de Lisboa, na última semana.

20 de outubro de 2025 às 13:17

A ministra da Administração Interna alertou esta segunda-feira para a recente onda de crimes violentos gerar um sentimento de insegurança exacerbado em relação à realidade.

"Há de facto algum aumento da criminalidade violenta, mas não é tanto quanto se ecoa a comunicação social, o que gera nas pessoas um sentimento de insegurança quanto à realidade que, nem sempre, coincide com o que efetivamente acontece", afirmou esta segunda-feira a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, quando questionada sobre os cinco casos ocorridos na região de Lisboa.

Na última semana, a polícia registou cinco casos de pessoas baleadas: Um homem deu esta madrugada entrada no Hospital Amadora-Sintra com ferimentos de bala no joelho, depois de, no domingo, um outro jovem também ter sido deixado à porta do mesmo hospital com ferimentos no abdómen.

Na madrugada de quarta-feira, na Cova da Moura (Amadora), um outro homem foi baleado na zona da barriga e, na terça-feira, as autoridades registaram outros dois casos.

"A onda de crimes violentos que marcou a última semana tem de ser entendida no contexto que é o nosso, que é o de relatório rigoroso, quanto ao aumento efetivo de criminalidade e violência", acrescentou Maria Lúcia Amaral, no final da inauguração de uma nova esquadra da PSP em Odivelas.

Presente na cerimónia, o diretor Nacional da PSP, Luis Carrilho, aplaudiu o investimento de quase 600 mil euros para a reabilitação da esquadra da Pontinha, onde vivem "mais de 35 mil cidadãos".

Luís Carrilho sublinhou que o trabalho dos agentes da Pontinha permitiu diminuir a criminalidade geral, a violenta e a grave e aumentar as detenções este ano em relação ao ano passado.

Quanto à notícia do jornal Público que esta segunda-feira revela que a PSP avançou para "uma das maiores apreensões de droga de sempre à revelia da PJ", Luís Carrilho remeteu explicações para uma conferência de imprensa a realizar na terça-feira, saudando o trabalho dos agentes que apreenderam cerca de seis toneladas de estupefaciente, sobretudo haxixe, num armazém no Seixal, onde estavam também duas lanchas rápidas.

O Público avança que a operação "foi desencadeada à revelia da Polícia Judiciária (PJ) que, por lei, tem que ser obrigatoriamente avisada de qualquer ação levada a cabo por um dos outros órgãos de polícia criminal".

Também questionada esta segunda-feira de manhã sobre o assunto, a ministra disse desconhecer o ocorrido: "Não li ainda a notícia do jornal Público. Não sei o que aconteceu, por isso não considero nada".

Já sobre as críticas dos sindicatos da PSP, que têm exigido aumentos salariais e criticam o Governo por não ter incluído um reforço no Orçamento do Estado para 2026 que torne a profissão mais atrativa, a ministra garantiu estar a trabalhar nesse sentido.

"Tem havido - como em muitas outras instituições e áreas do Estado - alguma dificuldade em chamar as novas gerações para integrar estas instituições que implicam compromissos de vida", afirmou Maria Lúcia Amaral, considerando essa dificuldade "muito natural".

"Hoje, a cultura juvenil é outra, porque o mundo também é outro e os jovens têm muito mais alternativas e hipóteses de escolha. O que estamos a fazer na PSP é perceber como é que vamos dignificar a função e condição policial de modo a que possa ser atraente também para as novas gerações", acrescentou a ministra.

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