Candidato a líder dos centralistas admite recorrer para o Tribunal Constitucional de adiamento do congresso.
O candidato à liderança do CDS-PP, Nuno Melo, referiu esta terça-feira que não quer que o partido dependa da "caridade alheia."
"O CDS pode valer por si", acrescentou.
Em entrevista à RTP3, Nuno Melo destaca Paulo Portas como "um exemplo" de quem fez tudo pelo CDS, um partido que considera como seu.
"É o meu partido e eu não saio, mas luto", concluiu o candidato a líder dos centristas que indicou que Francisco Rodrigues dos Santos não o contactou sobre o cancelamento do congresso do partido.
Nuno Melo afirmou ainda ter impugnado junto do Conselho Nacional de Jurisdição o adiamento do congresso do partido, decidido numa reunião que considerou "ilegal", e admitiu recorrer ao Tribunal Constitucional.
O eurodeputado disse que apresentou "há dois dias" ao Conselho Nacional de Jurisdição "uma impugnação de todas as decisões tomadas nesse Conselho Nacional" que decorreu na noite de sexta-feira.
"E dessa decisão recorrerei, se for caso disso, para o Tribunal Constitucional", indicou.
No sábado, numa declaração aos jornalistas, Nuno Melo tinha anunciado que iria pedir a nulidade das deliberações do Conselho Nacional.
Nuno Melo defendeu também que, "se o congresso acontecer a 27 e 28 há muito até às eleições legislativas", argumentando que "não só se pacifica o partido, como se tem muito tempo para preparar listas, muito tempo para ir para a rua e muito tempo para sair com o partido unido e reforçado para essa batalha".
E acusou a atual direção de "persistência num artifício" que "é nítido e óbvio", para "evitar a derrota no congresso".
O candidato à liderança afirmou que o Conselho Nacional de sexta-feira e no qual foi decidido o adiamento do congresso que estava marcado para 27 e 28 de novembro foi "ilegal", uma vez que decorreu depois de o Conselho Nacional de Jurisdição ter impugnado a reunião.
O também líder da distrital de Braga do CDS-PP acusou a direção de "cometer legalidades, violar procedimentos e silenciar os adversários", indicando que quer lutar pela "decência e pela legalidade".
"A única solução é marcar o congresso, é honrar a democracia e deixar que os militantes digam o que é melhor para o partido", advogou.
Questionado sobre uma possível coligação pré-eleitoral com o PSD, o candidato à liderança ressalvou que o congresso define a "base programática" para o partido, e rejeitou uma "negociação numa base de estado de necessidade".
Apesar de considerar que "se houver um projeto nacional que justifique" uma coligação "tudo tem de ser ponderado mas nunca em estado de necessidade e nunca por caridade alheia", Nuno Melo frisou que não quer "o CDS dependente de caridade alheia, muito menos da caridade de quem pode ser um aliado".
E rejeitou também uma coligação "para esconder debilidades próprias, e escondendo-as não resolvendo o problema estrutural do CDS".
"O CDS tem de perceber que deve e pode valer por si se devolver ao país os quadros que hoje não tem e as ideias nítidas que hoje o eleitorado não conhece", defendeu.
Questionado se estaria mais predisposto a negociar essa coligação com Paulo Rangel, caso este seja eleito presidente do PSD, Nuno Melo afirmou que "tudo depende das lideranças e tudo depende dos termos".
No entanto, admitiu que é "impossível que o que está a acontecer não cause dano", considerando que o partido atravessa um período de "turbulência e convulsão", que já levou à desfiliação de nomes como Adolfo Mesquita Nunes ou António Pires de Lima.
Sobre estas saídas, criticou que "a direção desvalorize".
Em declarações à TVI24 durante o fim de semana, a ex-presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu que "é preciso dar espaço aos militantes para fazerem essa ponderação de quem é a melhor pessoa neste momento para ir a votos".
E criticou que "não dar essa possibilidade eu acho que é algo inimaginável e inqualificável, desqualifica muitíssimo o partido", apontando que irá fazer "uma reflexão pessoal sobre isso".
Assunção Cristas disse ainda ser "um desperdício não se aproveitar esta oportunidade, PSD e CDS, para fazerem bons congressos, congressos fortes, de afirmação dos seus programas, afirmação das suas lideranças e de falar para o país no fundo num período de pré-campanha eleitoral".
"E de facto arrumando as casas e ganhando tranquilidade poderem avançar para eleições com outro fulgor", acrescentou.
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