Interrogado sobre se uma aliança com o PS era possível neste concelho, à semelhança de outros como em Lisboa, Tavares respondeu que "claramente não".
O porta-voz do Livre lamentou este sábado, em Loures, ver PSD, PS e PCP a "trocar farpas" sobre quem é mais responsável pela existência de barracas no país e acusou o socialista Ricardo Leão de ir "atrás do populismo".
Ao quinto dia oficial de campanha para as autárquicas de dia 12, Rui Tavares e a dirigente do BE Marisa Matias, em representação da coordenadora nacional, Mariana Mortágua, juntaram-se para uma pequena passagem pelo mercado de Loures, concelho onde os dois partidos concorrem à autarquia com o PAN na coligação "Construir o Futuro".
Luís de Sousa (Livre) é o primeiro candidato à Câmara Municipal de Loures e Rita Lage Sarrico (BE) está à frente da lista à Assembleia Municipal.
Em Loures, o presidente e recandidato é Ricardo Leão, do PS, autarca com posições polémicas, nomeadamente sobre bairros de barracas, que dividem até os socialistas.
Minutos antes da chegada do porta-voz do Livre -- que se juntou ao grupo com cerca de meia hora de atraso -- Leão passou pelo mercado, mas as duas comitivas não se chegaram a cruzar.
Interrogado sobre se uma aliança com o PS era possível neste concelho, à semelhança de outros como em Lisboa, Tavares respondeu que "claramente não", voltando a frisar que cada realidade é distinta.
"Aqui, com o Ricardo Leão, com tudo o que ele tem feito, de uma política que no fundo vai atrás do populismo que nós temos visto, de rebaixar o nível da política, de atacar pessoas pelos seus direitos, de acabar por pôr vizinhos contra vizinhos porque este conseguiu aquele apoio, o outro não tem aquele apoio, e explorar e acicatar esses ânimos, nós não podemos dizer «ah Leão!», podemos é dizer «oh Leão, que pena»", lamentou.
Interrogado sobre as declarações do primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, que durante a campanha defendeu que as barracas e bairros de lata têm ressurgido sobretudo em autarquias socialistas e comunistas, tese refutada por PS e CDU (coligação PCP/PEV), Tavares lamentou esta troca de acusações.
"Acho que muito mal vai a política quando os políticos de partidos que são tão importantes para a nossa democracia, para a nossa história política, como o PSD, o PS e o PCP, andam aí a trocar farpas acerca de quem é que tem mais culpa em terem voltado as barracas", criticou.
Tavares disse "ainda ser do tempo" em que "havia um Jorge Sampaio, políticos que na sua folha de serviços à República portuguesa, tinham de ter erradicado as barracas".
"A erradicação das barracas bem feita, da boa, ou seja, quando as pessoas têm alternativas e quando essas alternativas são construídas de forma muito mais célebre do que vemos hoje em dia", realçou.
O porta-voz do Livre defendeu que em vez de andarem "aí a atirar culpas", gostaria mais que se criasse "um Serviço Nacional de Habitação" com "capacidade de certificar novos métodos construtivos", como construção "modular, em madeira, com impressão 3 D, com conforto para as pessoas".
"Isso é o que podemos estar a fazer em Portugal, e aqui no concelho de Loures, e não estamos a fazer porque os políticos acham que rende mais cliques e rende mais falatório e mais partilhas nas redes sociais andarem a falar mal uns dos outros", atirou.
Ao seu lado, Marisa Matias salientou que o objetivo desta coligação "é mostrar que há lugar para outro tipo de políticas, com empatia, em que se constroem projetos coletivos, em que forças de esquerda se juntam para ter mais força".
"A habitação é um tema absolutamente central, as políticas de habitação do PS neste município não estão à altura daquilo que se espera das políticas de um partido socialista, devo dizê-lo, e portanto há outra alternativa", acrescentou.
Entre alguns pregões, a modesta comitiva distribuiu panfletos pelas bancas, onde Rui Tavares e Marisa Matias chegaram a caminhar pelo lado normalmente ocupado pelos vendedores e ouviram uma senhora deixar-lhes um desejo de "boa esperança".
Concorrem à presidência da Câmara Municipal de Loures, no distrito de Lisboa, nas eleições autárquicas Ricardo Leão (PS), Gonçalo Caroço (CDU), Nélson Batista (PSD), Bruno Nunes (Chega), Luís de Sousa (Coligação Livre/BE/PAN), Isabel Elias (MPT), Luís Martins (IL) e João Gomes (ADN).
O atual executivo de Loures é composto por quatro eleitos do PS, incluindo o presidente, quatro da CDU, dois do PSD e um do Chega. A Assembleia Municipal é liderada pelo PS, também sem maioria absoluta.
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