Partidos reagem à decisão de António Costa de revogar despacho do ministro das infraestruturas sobre aeroportos.
Após 'estalar o verniz' entre António Costa e Pedro Nuno Santos, com o primeiro-ministro a desautorizar o ministro das Infraestruturas e da habitação, revogando o despacho publicado na quarta-feira sobre o Plano de Ampliação da Capacidade Aeroportuária da Região de Lisboa, e que diz respeito à construção dos novos aeroportos no Montijo e Alcochete, surgiram várias reações à eventual demissão de Pedro Nuno Santos.
PSD diz que ministro "não tem condições"
Presidente do PSD, Rui Rio, reagiu em Assembleia da República à desautorização de António Costa ao ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos nesta quinta-feira.
"O ministro não tem condições para estar no governo. Se o ministro continuar em funções então o governo está perante uma confusão", afirma convicto Rui Rio.
"É claro para mim que o ministro não tem condições para estar no Governo (...) Se o primeiro-ministro assobiar para o ar e tentar que tudo continue na mesma, acho que o Presidente da República numa situação destas deve ter uma intervenção", afirmou o presidente do PSD, considerando que o que se passou "é algo de quase inédito".
Rui Rio salientou que o que foi anunciado na quarta-feira "não foi uma decisão do Governo, mas uma decisão unilateral de um ministro".
Caso o ministro das Infraestruturas não seja demitido, o presidente do PSD acrescenta que será "manifestamente uma derrota para o governo", referindo que esta era uma situação previsível pois "é um ministro que já vinha de trás... sendo uma coisa que não ia correr bem".
Chega quer Nuno Santos afastado, mas aguarda decisão
O líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, manifestou também a sua opinião sobre esta situação. "Da nossa parte o ministro não tem condições para continuar".
"Diz uma coisa, depois diz outra coisa... Vamos ver o que fará e ao final da tarefa já teremos uma reação mais consistente", concluiu, recordando que Costa "segurou" vários ministros do seu executivo envolvidos em polémicas, exemplificando com Eduardo Cabrita, Constança Urbano de Sousa ou, mais recentemento, com Marta Temido, a quem o Chega aponta as responsabilidades pelo caos na Saúde.
PAN diz que o caso é "uma trapalhada"
Inês Sousa Real, porta-voz do PAN, disse que "é com alguma preocupção" que o partido olha para a questão.
"É evidente que a confiança que António Costa tem de Pedro Nuno Santos só ele pode responder", disse Sousa Real, que considera que a polémica "não deixa de ser uma grande trapalhada" e "não inspira confiança para o Governo".
A responsável do PAN aponta ainda dedo a Costa, dizendo que "se o primeiro-ministro quer um consenso nao deve ouvir apenas o PSD", pedindo que Costa deve prestar esclarecimentos ao País.
BE critica "desgoverno" e diz que maioria absoluta do PS "está a ser um pântano"
Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, afirmou que "há um desgoverno do Governo neste momento em Portugal" e criticou Costa por ter dito "há uma semana que era responsável por todas as decisões do Governo".
"A maioria absoluta do PS está a ser um pântano político. Aqui está em discussão o papel do Governo e do primeiro-ministro", considerou o bloquista, referindo que "o que faz sentido é que o primeio-ministro seja primeiro-ministro e que seja o responsável máximo".
Pedro Filipe Soares pediu que Costa dê explicações aos portugueses.
IL diz que há "zero condições" para Pedro Nuno Santos continuar como ministro
O presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, considerou que "há zero condições" para Pedro Nuno Santos continuar como ministro depois da desautorização do primeiro-ministro sobre a solução aeroportuária, apontando sinais de desagregação e confusão no Governo.
"Nós nunca fomos de pedir cabeças de pessoas porque o que interessa são as políticas que elas executam. Agora aqui já não é uma questão política, é uma questão quase de dignidade pessoal. Perante esta desautorização, eu nos sapatos do ministro Pedro Nuno Santos escrevia a carta demissão nos 30 segundos seguintes", disse João Cotrim Figueiredo à agência Lusa.
Na análise do líder liberal, "há zero condições" para Pedro Nuno Santos continuar como ministro.
PCP exige explicações
"A decisão que foi tomada e tornada pública, não é aquela que o País necessita", defendeu a comunista em declarações à RTP.
"Estar a adiar esta situação é prejudicial para o País aquilo que é necessário é que priveligie o que são os interesses nacionais", disse Paula Santos depois, na Assembleia da República, acusando que a opção de aeroporto no Montijo "interessa à ANA Aeroportos".
"A solução é a construção de um aeropoto no Campo de Tiro de Alcochete. Não são as caras que importam. O que impede o Governo de avançar com a construção de um aeroporto em Alcochete?", questionou a deputada, que minoriza a eventual demissão de Pedro Nuno Santos no âmbito da polémica.
Livre diz que decisão "não fazia sentido"
Rui Tavares, do Livre, assumiu "destoar" das reçaões do restantes partidos, mostrando-se pouco preocupado com a demissão ou não-demissão de Pedro Nuno Santos: "Preocupa-me é a decisão para o país. Uma decisão errada neste dossiê é uma decisão para 50 anos ou mais. É uma decisão completamente errada.", disse.
"Tem de haver uma avlaliação ambiental estratégica", considerou o deputado sobre a solução de Pedro Nuno Santos, de construção de um aeroporto, primeiro no Montijo, e depois de um outro novo em Alcochete.
"Tem impactos ambientais negativos [o aeroporto no Montijo], com a promessa de mais à frente em 36, ter o aeroporto de Alcochete, melhor para o País, e que pode ter impactos ambientais positivos, como a descontaminação de Alcochete. A decisão de ontem [quarta-feira] não fazia nenhum sentido.
PEV critica "total desnorte do Governo" sobre nova estrutura aeroportuária
O PEV criticou o "total desnorte do Governo" em todo o processo do novo aeroporto de Lisboa, lamentando que revogação do primeiro-ministro não seja para garantir estudos e avaliações, mas para tomar decisões negociadas com o PSD.
"O PEV lamenta o anúncio feito pelo Governo relativamente à decisão anunciada para um novo aeroporto, assim como a intenção de António Costa de revogar essa decisão, não para garantir os estudos e a avaliação devidos, mas sim para tomar decisões com base em negociações com o PSD", refere o partido ecologista, que perdeu a representação parlamentar nas últimas eleições legislativas.
Para o PEV, "tudo isto demonstra o total desnorte do Governo", garantindo o partido que vai continuar "a reivindicar uma verdadeira e séria Avaliação Ambiental Estratégica que determine a melhor localização para um novo aeroporto".
CDS-PP defende demissão de ministro Pedro Nuno Santos
O CDS-PP pediu a demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, depois de o primeiro-ministro ter determinado a revogação do despacho publicado na quarta-feira sobre a solução aeroportuária para a região de Lisboa.
Numa nota enviada aos jornalistas e publicada na sua página da rede social Facebook, Nuno Melo considerou que "um ministro que deixou de o ser, mesmo que decida ficar, tem de se demitir".
Defendendo que este é "um Governo em roda livre", o presidente do CDS-PP e eurodeputado do partido considerou que este é um "exemplo da forma ligeira e incompetente com que o PS no Governo decide politicamente em Portugal".
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