Consenso Imigração pretende uma "visão positiva, realista e humana da imigração em Portugal", procurando "ancorar este tema no respeito da dignidade humana".
O ex-alto comissário para a Imigração Rui Marques acusou esta segunda-feira a Agência para a Integração, Migrações e Asilo de não estar a fazer um trabalho adequado para integrar os imigrantes, dando prioridade a processos administrativos.
"A AIMA, em resultado de se encontrar inundada com tantos casos de regularização, parece ter perdido o I da integração", afirmou Rui Marques durante um colóquio sobre migrações, considerando que a instituição "tem muito caminho para andar" nesta matéria e as "suas respostas podem ser mais fortes e mais abrangentes".
A isso se soma a falta de estratégias locais, acusou o coordenador do grupo de trabalho Consenso Imigração, que organizou esta segunda-feira um colóquio na Universidade de Lisboa, recordando que a "integração e inclusão jogam-se no domínio da proximidade".
"Menos de dez por cento dos municípios têm planos de integração de migrantes", salientou o dirigente, considerando que é exemplo desta falta de atenção o facto de o Ministério da Educação não ter renovado a contratação dos mediadores culturais para as escolas.
"Não foi possível a contratação de mediadores para as nossas escolas, [porventura] por razões burocráticas", mas a consequência é que o ano letivo está a começar sem mediadores quando há "mais de 150 mil filhos de imigrantes" nas escolas, salientou.
Neste contexto, o Consenso Imigração pretende uma "visão positiva, realista e humana da imigração em Portugal", procurando "ancorar este tema no respeito da dignidade humana".
"Uma das missões mais urgentes nestes dias é o combate à polarização e o compromisso pelo debate e pelo consenso", contrariando os "engenheiros do caos que se movimentam na sociedade portuguesa" e se se alimentam da "raiva multiplicada por algoritmo".
"O ódio é um veneno que nos mata a todos e representa a vitória de quem nos quer ver em guerra uns com os outros", afirmou Rui Marques, reafirmando a "defesa do reagrupamento familiar como um direito fundamental" e a procura de "um compromisso em torno das alterações da lei da nacionalidade".
Portugal necessita de "boas políticas de integração e inclusão dos imigrantes", porque sem elas existem "riscos graves de injustiça e deslaçamento social", acrescentou.
Na abertura do colóquio "Imigração: Em busca de um consenso", foi lida uma mensagem do Presidente da República que elogiou a "força de ação organizada da sociedade civil", com "foco nos valores que realmente interessam".
Subscrevendo os princípios do "consenso informado" e da "dignidade humana" que definem o grupo de trabalho, Marcelo Rebelo de Sousa pediu a "ampla colaboração entre as diferentes esferas da sociedade" portuguesa, que dê "prioridade às evidências em detrimento das emoções".
"A imigração é um tema que nos interpela, e vai-nos continuar a interpelar enquanto sociedade de responsabilidades coletivas", referiu o chefe de Estado, defendendo a "necessidade de se construir um consenso informado em relação à imigração, nacionalidade e integração".
Por seu turno, o reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, recordou que "as migrações são uma realidade incontornável das realidades humanas".
"Não há sociedades paradas no tempo, as paradas são as sociedades extintas", sublinhou.
Criado em meados de junho, o grupo Consenso Imigração inclui quatro antigos alto comissários, a ex-secretária de Estado Catarina Marcelino, as investigadoras Lucinda Fonseca e Catarina Reis Oliveira e os dirigentes associativos Eugénia Quaresma, diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações, e Paulo Mendes, presidente da Associação dos Imigrantes dos Açores.
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