"O modelo, o sistema que está organizado está, manifestamente, a desiludir as pessoas", afirmou o candidato ao Porto.
O ex-ministro do PSD e candidato autárquico ao Porto Pedro Duarte defendeu este sábado que, depois das eleições locais, o país deve fazer uma nova reflexão sobre o modelo de descentralização e "eventualmente de regionalização" que quer.
"O modelo, o sistema que está organizado está, manifestamente, a desiludir as pessoas. Está a afastar as pessoas dos seus decisores políticos", afirmou Pedro Duarte, num painel sobre "Os desafios da Inteligência Artificial" da Universidade de Verão do PSD, iniciativa de formação de jovens quadros que decorre até domingo em Castelo de Vide (Portalegre).
Na sua intervenção inicial, o antigo ministro dos Assuntos Parlamentares do primeiro Governo dirigido por Luís Montenegro contrapôs como resposta aos radicalismos e extremismos uma política de maior proximidade.
"Eu vou-vos dar um exemplo muito concreto do nosso país. A última vez que nós fizemos um referendo em Portugal sobre a regionalização, foi em 1998(...) E é um tema que saiu da agenda, por razões políticas, não é por mais nada", considerou.
Para o candidato autárquico, numa altura em que o executivo está -- "e muito bem" -- a assumir como prioridade a reforma do Estado, deve ser pensado se a organização do país "é ou não a mais correta para os tempos que estamos a viver", deixando um repto concreto.
"Acho que é muito importante que o país, designadamente depois das eleições autárquicas, quando olhar para a reforma do Estado a sério, pense também na componente territorial, na organização, no modelo de descentralização que quer, no modelo de regionalização que, eventualmente, venha a querer ou não, para poder dar outras condições para os políticos darem resposta aos anseios das pessoas", apelou.
Pedro Duarte foi várias vezes saudado pelos alunos pela sua candidatura autárquica ao Porto e aproveitou uma pergunta de um deles para deixar algumas propostas relativas ao trânsito na Via de Cintura Interna (VCI), além da já conhecida de introduzir portagens para os pesados, pelo menos em certas horas.
O candidato admitiu que não existem condições económicas para fazer um túnel ao longo de toda a cidade do Porto -- embora admita estudar esta possibilidade para futuro -, mas sugeriu a criação, em determinadas zonas, de "um conceito de cidade diferente".
"Criarmos uma espécie de umas tampas em cima da VCI em que vamos poder, em cima delas, criar jardins, espaços verdes, e a VCI passa por baixo, os carros ficam em baixo", sugeriu, pedindo desculpa por falar tanto do Porto nesta iniciativa, mas admitindo ser "quase irresistível" a mês e meio das eleições autárquicas.
Sobre o tema da "aula", Pedro Duarte considerou que a Inteligência Artificial acrescenta muita incerteza ao mundo, mas também "grandes oportunidades".
"Há algo que vai ser essencial. É a liderança política, no sentido vasto do termo. Porque se deixamos que a evolução ocorra por si própria, ou que a evolução seja liderada por outros que não têm legitimidade para representar o todo, nós vamos ter dificuldades", afirmou, apontando como exemplo o empresário norte-americano Elon Musk e a sua influência na fase inicial da administração dos EUA.
O antigo ministro defendeu que é preciso haver regulação no mundo digital e políticas públicas adaptadas a estes "novos tempos".
"O que nós vamos precisar é de política de proximidade. Nós percebermos aquilo que é o problema da pessoa, concreto, e tentarmos encontrar respostas para os problemas das pessoas e para os anseios das pessoas", defendeu.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.