Ao prazo somam-se cinco dias para a apreciação do documento.
O novo executivo dos Açores terá, a partir da data em que tomar posse, ainda desconhecida, até 10 dias para apresentar o Programa do Governo, prazo a que se somam cinco dias para a apreciação do documento.
"O Programa do Governo Regional é submetido para apreciação e votação à Assembleia Legislativa, que [se] reúne obrigatoriamente para o efeito, até ao 15.º dia após a posse do Governo Regional", indica o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, no qual pode ler-se que o debate não pode exceder três dias.
A aprovação do Programa, que "contém as principais orientações políticas e medidas a adotar ou a propor", é uma das competências do parlamento regional especificadas no Estatuto e até ao fim do seu debate "qualquer grupo parlamentar pode propor a rejeição" do documento apresentado pelo novo executivo, o que exclui o BE, a IL e o PAN.
Cada um dos três partidos elegeu, nas legislativas regionais de 04 de fevereiro, um deputado único, enquanto o Chega conseguiu cinco e o PS 23. A coligação PSD/CDS/PPM venceu o sufrágio, com 26 deputados (aquém dos 29 da maioria absoluta), e o social-democrata José Manuel Bolieiro, novamente indigitado presidente do Governo Regional, disse que vai governar com maioria relativa.
Na quinta-feira tomou posse o novo parlamento, com 57 deputados, mantendo-se as mesmas forças políticas representadas na legislatura anterior, num total de oito partidos.
A coligação de direita e os socialistas acordaram a distribuição dos cargos da Mesa, com a divisão das duas vice-presidências e dos dois lugares de secretários. O social-democrata Luís Garcia mantém-se como presidente.
Ao contrário de 2020 - quando o PS venceu as eleições sem maioria absoluta e PSD, CDS e PPM formaram uma solução alternativa de governo, com acordos parlamentares com o Chega e a IL -, este ano não foram assinados entendimentos para suportar a governação.
O Chega, que em 2020 tinha obtido dois deputados, tem afirmado desde a campanha ser sua ambição integrar o executivo, desde que os líderes regionais do CDS e do PPM não estejam incluídos no elenco governativo.
O Chega fez depender o seu voto do Programa do Governo do seu conteúdo e da composição do executivo, e também a IL e o PAN remeteram uma decisão para depois de conhecerem o documento. O PS e o BE já anunciaram o seu voto contra.
Segundo o Estatuto Político-Administrativo - que se sobrepõe ao regimento do parlamento regional, conforme a Lusa confirmou junto de fontes partidárias -, a rejeição do Programa carece "de maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções", ou seja, 29 eleitos (de um total de 57), mais cinco do que totalizam os deputados dos dois partidos com voto contra anunciado.
Se o Chega optar pela mesma posição, o documento será rejeitado. Se o partido se abstiver, a maioria absoluta não será alcançada na votação e o documento será viabilizado, mesmo que a IL e o PAN votem contra.
A rejeição do documento, define o Estatuto, "implica a demissão do Governo" Regional e, nesse caso, o presidente do executivo permanece em funções e é exonerado na data da posse do novo presidente.
Durante esse período terá de se "limitar à prática de atos estritamente necessários a assegurar a gestão corrente dos negócios públicos".
O Estatuto Político-Administrativo não clarifica se, em caso da rejeição, outra força política é convidada a governar ou se há convocação de novas eleições, mas, de acordo com o artigo 69.º, a Assembleia Legislativa "não pode ser dissolvida nos seis meses posteriores à sua eleição", ou seja, antes de 04 de julho.
"Em caso de dissolução da Assembleia Legislativa, as eleições têm lugar no prazo máximo de 60 dias, sob pena de inexistência jurídica daquele ato", é ainda referido.
A data da tomada de posse da equipa de Bolieiro - para a qual o Estatuto não define um prazo - ainda não foi divulgada.
Fonte próxima da Presidência do Governo Regional referiu apenas à Lusa que "serão cumpridos os prazos estipulados na lei" até à apresentação do Programa. Tendo em conta as possibilidades legais, a sua votação pode ocorrer depois das legislativas nacionais de 10 de março.
As eleições regionais de 4 de fevereiro ocorreram após o chumbo, em novembro, das propostas de Plano e Orçamento da região para este ano, devido à abstenção do Chega e do PAN e dos votos contra de PS, IL e BE. A situação levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a dissolver o parlamento e a convocar eleições antecipadas.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.