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Gouveia e Melo considera curiosas acusações de ser de esquerda e critica "maniqueísmos"

Candidato a Belém manifestou-se orgulhoso do seu passado e "das suas origens".

01 de novembro de 2025 às 22:32

O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo considerou este sábado "curioso" que o acusem de ser de esquerda quando já o posicionaram à direita, criticando "maniqueísmos" e "velhos rótulos" de quem apenas quer "alimentar a intriga".

"Há quem me acuse de ser de esquerda. Curioso: outros, antes, acusavam-me de ser de direita, por ser militar", argumentou o almirante na reserva, durante uma intervenção esta noite na 5.ª edição da Festa Portuguesa 2025, que decorre em Thônex, na Suíça.

O candidato a Belém - que já recebeu esta crítica do adversário e líder do Chega, André Ventura - manifestou-se orgulhoso do seu passado e "das suas origens", e considerou que essas classificações revelam apenas ideias presas "no tempo".

Hoje, na visão de Gouveia e Melo, "o verdadeiro debate não é entre capitalismo e comunismo", mas sim entre algo "muito maior: liberdade ou ditadura; democracia ou tirania; integridade ou compadrio; transparência ou opacidade; honestidade ou corrupção".

"Os velhos rótulos e maniqueísmos apenas servem para nos dividir, para degradar o debate político e para alimentar a intriga", criticou, afirmando que este tipo de comportamento o faz lembrar uma personagem da banda desenhada Astérix, "o sinistro Caius Detritus", que "semeava a discórdia só por prazer".

Gouveia e Melo, que fez carreira nas Forças Armadas e nunca exerceu um cargo político, afirmou que "há quem o estranhe e fomente receios" só porque vem "de outras águas".

"A esses só posso dizer que venho habituado a uma vida austera, ao serviço da pátria e da Constituição que servi nos últimos 45 anos com toda a entrega e lealdade", realçou, sustentando ainda que tem "experiência em liderança, assente numa forte autodisciplina e espírito de serviço".

Na economia, o ex-Chefe do Estado-Maior da Armada disse acreditar "no mercado e no respeito pela propriedade privada, mas também num capitalismo humanista, onde o Estado é um facilitador, não um obstáculo".

"Sonho com um país de classe média forte e próspera, não com uma sociedade dividida entre poucos muito ricos e muitos muito pobres. Essa sociedade seria instável, injusta e sem futuro", sustentou.

Dirigindo-se aos emigrantes, Gouveia e Melo enalteceu estes cidadãos que trabalham e "se integram", sem esquecer as suas raízes, classificando-os como "portugueses de primeira".

"E os vossos filhos e netos serão sempre portugueses de primeira, se assim o quiserem. Porque ser português é sentir que pertencemos a uma comunidade viva, que tem Portugal no coração", realçou.

Lembrando figuras históricas como o navegador Vasco da Gama ou o líder militar Afonso de Albuquerque, Gouveia e Melo disse ver "um Portugal aberto, global e confiante".

Um Portugal, continuou, que "vive entre as comunidades que ajudou a criar" e que acolhe outras comunidades "que escolhem viver entre [os portugueses] - em paz, cumprindo as nossas leis e respeitando a cultura".

"Se queremos ser ricos, não nos podemos fechar. Não podemos voltar ao tempo do 'orgulhosamente sós e pobres'. Temos de ouvir o espírito audaz dos nossos navegadores - e não o medo do velho do Restelo", advertiu.

Gouveia e Melo dirigiu ainda uma palavra aos mais jovens, deixando o compromisso que se empenhará em fazer com que fiquem no país ou regressem.

Defendendo um "novo modelo económico, baseado na inovação, na produtividade e na valorização do trabalho e mérito", o almirante na reserva considerou que "não faz sentido a dupla tributação".

As eleições presidenciais estão agendadas para 18 de janeiro.

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