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Imprensa internacional destaca vitória de Carlos Moedas depois de "trágico" acidente da Glória

Reeleição de Moedas ocorreu semanas após o acidente que vitimou 16 pessoas, incluindo várias de nacionalidade estrangeira.

15 de outubro de 2025 às 16:09

Não foi só em Portugal que os resultados das eleições autárquicas foram dignos de notícia. Lá fora, o ato eleitoral deste domingo foi acompanhado pela imprensa internacional -- em particular em Lisboa, onde a reeleição de Carlos Moedas para um segundo mandato mereceu destaque, por acontecer poucas semanas depois do acidente no elevador da Glória que vitimou 16 pessoas, entre as quais vários turistas de nacionalidade estrangeira.

A tragédia, recorde-se, ocorreu a 3 de setembro, após o cabo que unia as duas cabines do elevador ceder, provocando o descarrilamento.

No seguimento, as muitas questões em torno de eventuais responsabilidades da Câmara de Lisboa levaram a que a possibilidade de uma vitória de Moedas fosse posta em causa por muitos. Ainda na antecâmara das eleições, o jornal sérvio Vijesti afirmava que "o resultado da eleição em Lisboa pode ser influenciado pela recusa de Moedas em se demitir e ao negar responsabilidade pelas mortes de 16 pessoas".

No final, a vitória sorriu à coligação encabeçada pelo presidente da autarquia, com mais votos do que em 2021 e a apenas um vereador da maioria absoluta no executivo municipal. Razão para que vários meios internacionais de renome destacassem o triunfo de Moedas.

Em Espanha, o El Pais dava conta da "viragem à direita" em Portugal, devida em parte ao sucesso da coligação encabeçada pelo PSD em Lisboa. "Carlos Moedas foi reeleito e não parece ter sido penalizado pela sua prestação após o trágico acidente no elevador da Glória, que vitimou 16 pessoas, apesar de as suas taxas de aprovação terem piorado nas sondagens após o incidente", pode ler-se.

No Reino Unido, país de origem de três das vítimas mortais, o The Independent deu destaque à vitória ocorrida "menos de seis semanas depois do devastador acidente de funicular" na capital portuguesa. 

"O presidente da câmara rejeitara anteriormente qualquer culpa pelo incidente de 3 de setembro, descrito como um dos mais trágicos na memória viva em Lisboa, e recusou demitir-se", lê-se no artigo deste jornal. O mesmo The Independent  sublinhou ainda as críticas feitas pelos habitantes da cidade contra o excesso do turismo, que, diz, "colocou pressão sobre o serviço funicular e causou o acidente".

Também no Reino Unido, o The Guardian  escreveu sobre o tema. Ainda que dando mais destaque à deceção eleitoral do Chega, não deixou de fazer menção à vitória de Moedas, que descreve como "uma estrela em ascensão" no PSD, fazendo ainda referência ao "clamor nacional" que seguiu ao acidente.

Do outro lado do Atlântico, também a norte-americana Associated Press deu cobertura ao resultado da eleição em Lisboa. "Os eleitores de Lisboa reconduziram o presidente da câmara no cargo", escreve a agência de notícias, que chama ainda a atenção para a investigação em curso às causas do acidente e sublinha que "a Carris, a empresa operadora do serviço funicular e outros transportes da cidade, é gerida pela Câmara Municipal de Lisboa".

A ausência de respostas da autarquia quanto ao acidente continua, entretanto, a dar que falar. , os vereadores da oposição a Moedas criticaram a ausência de explicações do executivo municipal, após uma reunião extraordinária convocada por este.

"Ainda falta esclarecer muitos aspetos, nomeadamente perceber o que é que aconteceu e o que é que falhou", disse o vereador do Partido Socialista (PS) Pedro Anastácio, criticando o que descreveu como "uma postura de rolha, de não divulgação de informação" por parte da câmara.

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