Liberais criticam violações de direitos humanos no Irão. Proposta será votada na Assembleia da República.
A Iniciativa Liberal (IL) propôs hoje à Assembleia da República condenar a detenção, no Irão, da atleta iraniana Hanieh Shariati Roudposhti, alegadamente por não usar o hijab (véu) obrigatório.
De acordo com a organização curda de defesa dos direitos humanos Hengaw, sediada na Noruega, citada no voto de condenação, "as forças de segurança da República Islâmica do Irão detiveram Hanieh Shariati Roudposhti, atleta de taekwondo e treinadora de ginástica residente em Teerão, e levaram-na para um local não revelado".
A atleta foi detida na noite de 9 de novembro, depois de realizar uma demonstração desportiva em público sem usar o hijab obrigatório, referiu a organização, na sua página na Internet.
Na iniciativa, que será votada no parlamento português, a IL descreveu que "a repressão não se limitou à privação de liberdade".
"As contas de redes sociais da atleta, incluindo um perfil de Instagram com cerca de 160 mil seguidores, foram tomadas por agentes estatais e subsequentemente desativadas, passando a exibir mensagens ligadas à polícia cibernética iraniana", relataram os deputados liberais.
A atleta terá sido entretanto libertada temporariamente, mas "sob fortes restrições e com evidentes sinais de condicionamento, como a sua aparição posterior em vídeo usando hijab e reiterando mensagens alinhadas com as exigências das autoridades".
"Este padrão de libertações controladas é amplamente documentado e constitui uma forma de intimidação destinada a suprimir protestos individuais e coletivos", criticou a IL.
A bancada liberal recordou, na iniciativa, outras "violações graves de direitos humanos" no Irão.
"A morte de Mahsa Amini em 2022, após ter sido detida pela chamada polícia da moralidade, desencadeou protestos massivos e uma condenação internacional generalizada, à qual Portugal se associou", referiu a IL.
"Desde então, acumularam-se episódios de repressão contra mulheres que protestam pacificamente e exercem liberdades básicas", afirmaram ainda os liberais, que lembraram as detenções de Ahoo Daryaei, uma estudante que se despiu após ter sido confrontada por seguranças da universidade por não usar o hijab, e de Parastoo Ahmadi, vocalista de uma banda de rock alvo de perseguição e processo judicial por atuar sem o véu.
O voto, frisaram os liberais, condena "firmemente a detenção da atleta iraniana Hanieh Shariati Roudposhti e todas as formas de repressão contra mulheres que exercem liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de expressão, de vestuário e de prática desportiva".
A iniciativa pretende ainda instar as autoridades iranianas "a pôr termo às detenções arbitrárias associadas ao não uso do hijab e a libertar todas as pessoas detidas por motivos semelhantes, incluindo aquelas sujeitas a processos judiciais por atividades artísticas, desportivas ou académicas".
O voto também expressa "solidariedade para com todas as mulheres iranianas que enfrentam coerção, violência institucional e vigilância permanente por reivindicarem direitos elementares de autonomia pessoal e integridade física".
Por fim, apela à comunidade internacional, incluindo às Nações Unidas, para que "reforcem a responsabilização do regime iraniano e assegurem que violações sistemáticas de direitos humanos não permaneçam sem consequências diplomáticas".
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