Segundo o líder do PCP, "o Governo recusou respostas e soluções".
O secretário-geral do PCP acusou, esta quinta-feira, o PS de não ter permitido a aprovação do Orçamento do Estado (OE) para 2022 porque "quer maioria absoluta" para "poder livremente manter os seus compromissos com o défice e o grande capital".
"Não há orçamento, porque o PS quer uma maioria absoluta para, sem condicionamentos, não responder aos problemas do país e poder livremente manter os seus compromissos com o défice e o grande capital em prejuízo do que interessa aos trabalhadores e ao povo", disse Jerónimo de Sousa, num comício do PCP em Évora.
"Milhões de portugueses interrogam-se porque não foi possível aprovar o orçamento. O futuro dirá, mas desde já se levanta a ponta do véu", afirmou, lembrando que, na quarta-feira, na Assembleia da República, ao fechar o debate sobre o OE2022, o primeiro-ministro, António Costa, "pediu uma maioria estável e duradoura para o PS".
"Afinal, o que o PS quer é uma maioria absoluta", atirou, sublinhado: "Mostra-se assim que não há orçamento, porque o PS não quis".
Segundo o líder do PCP, "o Governo recusou respostas e soluções, conduzindo a que o OE2022 não tenha sido aprovado" e, no futuro, "deve retirar ilações" do 'chumbo" do documento.
Por outro lado, se o Governo "tiver esse sentido de dar solução aos problemas, nada impede que apresente uma nova proposta de OE2022 e assuma os compromissos necessários além dele".
O OE2022 "não está destinado a ser rejeitado se contiver as respostas que o país precisa", defendeu, insistindo que "se o PS e o Governo concluírem que querem continuar a recusar o que faz falta ao país, então retirem definitivamente daí as suas conclusões".
De acordo com Jerónimo de Sousa, o PCP não deseja eleições, "nem elas são inevitáveis", porque "nada obriga a que da rejeição" do OE2022 "resulte a necessidade de dissolução da AR e de convocação de eleições".
"Nada impede que o Governo em funções responda ao que tem de responder no mais imediato", ou seja, "dar execução plena ao que o Orçamento do Estado deste ano tem inscrito e que está por executar" e "decidir sobre questões decisivas que estão para lá do orçamento, quer quanto a salários, direitos dos trabalhadores, preços da energia".
Também "nada impede que o Governo entre o ano de 2022 com gestão em duodécimos", afirmou, lembrando, a "quem tem memória curta", que "assim foi durante três meses em 2020, para já não falar do período ainda mais extenso em 2016".
O executivo liderado por António Costa pode entrar em 2022 com gestão em duodécimos "respondendo aos problemas", frisou Jerónimo de Sousa, atirando: "É uma questão de vontade e opção do Governo".
"O PCP não se bate por eleições, bate-se por soluções para o país, mas não as tememos e temos razões para as encarar com confiança", frisou.
Jerónimo de Sousa disse que "há quem questione sobre se não se corre o perigo de abrir a porta à direita" com o 'chumbo' do OE2022 e a realização de legislativas antecipadas.
"Quem escancara as portas à direita, quem lhe estende a passadeira vermelha, é quem não quer dar respostas aos problemas com que o povo está confrontado", avisou, referindo que "o que milhões de portugueses não compreendem é porque, havendo meios e condições para o fazer, o Governo recusa respostas e soluções para responder às exigências de uma vida melhor".
Jerónimo de Sousa pediu ao PS para que "se deixe de desculpas, não fique preso às amarras ao grande capital e use os poderes que tem para tomar essas medidas".
Também "haverá quem se interrogue" se o PCP exigiu "tudo" para o OE2022, continuou, referindo-o que o partido não se aproximou "sequer da política patriótica e de esquerda que daria a resposta que faz falta ao país".
"O que o PCP propôs ao Governo não foi dar tudo a todos. Foi responder aos problemas mais prementes. Quando é o próprio Governo que afirma que há recursos disponíveis como nunca, nós é que perguntamos se não é este o momento de responder aos problemas".
Na quarta-feira, o parlamento 'chumbou', na generalidade, o OE2022, com os votos contra de PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL, abrindo caminho a eleições legislativas antecipadas.
O PS foi o único partido a votar a favor da proposta orçamental, que mereceu as abstenções do PAN e das duas deputadas não-inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.