Ex-governante esteve em Vila do Conde a proferir uma conferência este sábado.
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O antigo primeiro-ministro José Sócrates acusou este sábado a direita política portuguesa de estar "empenhada no 'processo marquês' através da manutenção da procuradora-geral da República".
O ex-governante, que esteve hoje em Vila do Conde, distrito do Porto, a proferir uma conferência, lançou muitas críticas à forma como foi conduzido o processo, em que é um dos arguidos e disse que está a escrever um livro sobre o 'processo marquês', prometendo a sua publicação "para breve", sem adiantar mais pormenores.
"Não sei se deram conta da gritaria sobre a substituição da procuradora-geral da República e da nomeação de uma nova. Mas isso tem uma razão de ser: A direita política em Portugal não tem outra agenda, nem outras medidas, ou programas. A única agenda da direita é o 'processo marquês' e manter antiga procuradora", começou por dizer José Sócrates.
Perante uma plateia com cerca de uma centena de pessoas, numa unidade hoteleira de Vila do Conde, o ex-primeiro-ministro, considerou que no mandato da procuradora-geral da República Joana Marques Vidal foi "perseguido" pelo ministério público.
"A direita chegou a esta mediocridade, não tem nada a propor aos portugueses, senão ter alguém no ministério público que sirva os seus interesses. Mas está a dizer a todos os portugueses que ao longo do mandato da procuradora o ministério público foi um projeto de poder, que serviu para perseguir, investigar e acusar os adversários políticos", sublinhou José Sócrates.
"Abriram inquéritos sobre todas as bandeiras políticas do meu governo, inclusive dos gastos dos cartões de crédito dos gabinetes dos ministros. Mas também inquéritos sobre a EDP, as PPP, o Parque Escolar, o TGV. Nada escapou", completou.
O ex-governante revelou ainda uma série de nomes, que diz terem uma ligação à direita e que, alegadamente, terão sido dos primeiros a serem ouvidos pela investigação do 'processo marquês'.
"Ouviram pessoas como Marques Mendes, Gomes Ferreira, Carlos Barbosa, Medina Carreira, António Barreto, Luís Duque, Paulo Morais, António Ramalho ou Sérgio Monteiro. Onde está a independência destas pessoas e a capacidade técnica para serem ouvidas? Não existe objetividade no inquérito?", questionou.
O antigo primeiro-ministro reiterou por diversas vezes a sua inocência das acusações que lhe são imputadas no processo Operação Marquês, considerando que mais de dois anos depois da sua prisão preventiva ainda não foram apresentadas provas sobre o seu envolvimento em alegados atos de corrupção.
"Depois de anos de investigação e horas e horas de televisão, difamando ministros e secretários de estado, o ministério público não é capaz de por em cima de mesa o que tem", apontou José Sócrates, acentuando as críticas.
"Alguns setores do ministério público transformaram-se numa organização com ambição, que não quer apenas investigar, mas escolher quem investiga, acusar e também julgar na comunicação social. Isto faz com que os juízes se tornem dispensáveis, sejam apenas notários que assinam, depois de se ter acusado, investigado e condenado", acrescentou.
Sobre os juízes, e o facto de ter sido o magistrado Carlos Alexandre a liderar o inquérito, José Sócrates disse que "o processo foi viciado e adulterado desde o início, através da acusação, uma vez que foi o Ministério Público a escolher o juiz".
"Quando o processo chegou devia ter sido sorteado um juiz e não foi. Não tive direito a esse juiz natural, tive um juiz que sempre validou toda as ilegalidades do Ministério Público. Não se pode varrer isso para baixo do tapete, é um princípio sagrado", sublinhou.
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