Jorge Pinto considera "altamente provável" que se venha a provar que o incidente "partiu de Israel".
O Livre considerou, esta terça-feira, que o executivo português deve condenar de forma firme o incidente com o barco que integra a flotilha humanitária que se dirige a Gaza e "subir o tom" caso se atribuam responsabilidades a Israel.
"Acho que o Governo tem que condenar já um ataque a um navio de bandeira portuguesa, com um cidadão português, em águas de um país terceiro que é a Tunísia. A condenação aí é clara: um navio que vai numa missão humanitária, não transporta armas, não transporta terroristas, transporta água, comida e medicamentos. A condenação firme pode acontecer já", defendeu Jorge Pinto, em declarações à Lusa.
O parlamentar considera "altamente provável" que se venha a provar que o incidente "partiu de Israel" e defendeu que, nesse cenário, a condenação por parte do Governo português "deve subir de tom e focar-se no governo israelita".
O Livre espera ainda que, nesse caso, o executivo português chame o embaixador de Israel em Portugal para prestar esclarecimentos.
Jorge Pinto disse esperar que este acontecimento leve ao "despertar da União Europeia e dos outros países europeus para a necessária condenação e firmeza em relação ao governo israelita, que dia após dia ultrapassa novas linhas vermelhas no que diz respeito ao direito internacional".
"Hoje mesmo, já depois desse ataque, é notícia confirmada pelo próprio governo israelita que bombardearam a capital de um outro país, o Qatar, para atacar, segundo dizem, um elemento do grupo terrorista Hamas. Bem, se assim é, quem nos garante que um dia deste não é Lisboa bombardeada? Se houver informações que algum elemento do Hamas aqui está, ou alguém que o governo israelita veja como inimigo, porque não seremos nós o alvo?", questionou.
Interrogado sobre as declarações do candidato presidencial Luís Marques Mendes, que, esta terça. considerou que está em causa uma ação privada, sem cobertura diplomática do Estado português, Jorge Pinto criticou um "lavar de mãos e virar a cara" ao cenário atual.
"Quem, perante tudo isto, o que tem a dizer é que se trata de uma iniciativa privada e que quem está nela conhece os riscos, não só não conhece aquilo que tem sido a história do ativismo a nível global - por exemplo, aquilo que nós em Portugal fizemos, e bem, em defesa do povo timorense quando também um genocídio acontecia no território, às mãos da Indonésia, - como também não está provavelmente à altura do cargo ao qual se está a candidatar", criticou.
O Livre entregou, esta terça-feira, no parlamento um voto de condenação para que a Assembleia da República condene "o ataque contra o navio Family, que integra a Flotilha Global Sumud, de bandeira portuguesa, afirmando a sua solidariedade com todas as pessoas envolvidas na missão humanitária em curso".
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, pediu, esta terça-feira, uma reação da comunidade internacional ao que diz ter sido um ataque ao barco de bandeira portuguesa que integra a flotilha humanitária.
Segundo a coordenadora do BE, o barco foi atingido de noite, após a troca de turnos de vigia que os ocupantes dos barcos fazem porque "noutras missões anteriores já houve casos de ataques com drones ou de sabotagem dos barcos".
"Ontem [segunda-feira] eu, a Sofia [Aparício] e a tripulação ficámos a bordo do barco e os restantes participantes vieram até a terra e depois trocámos e o Miguel [Duarte] foi para o barco (...) e foi nesse momento, durante a noite, que um drone surgiu e lançou um dispositivo incendiário que espoletou um incêndio, que foi controlado pela ação dos tripulantes e dos passageiros que estavam a bordo, com extintores, com graves riscos para todos, mas felizmente controlados", explicou.
O primeiro-ministro português afirmou, esta terça-feira, em Pequim, que o Governo está a recolher informações sobre o que se passou.
O barco atingido foi o 'Family Boat' (Barco da Família), com bandeira portuguesa e que transporta elementos portugueses participantes na ação humanitária de apoio aos palestinianos na Faixa de Gaza, assim como membros do Comité Diretivo da organização.
A Guarda Costeira tunisina garantiu esta madrugada através de um comunicado que "não existe qualquer ato hostil nem ataque externo".
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