Margarida Blasco reconheceu que os agentes "entram muito jovens na PSP" e que o Estado tem o dever de garantir a sua adequada formação.
A ministra da Administração Interna disse esta quarta-feira que deu indicações para se apostar na formação das forças de segurança na área dos direitos humanos, considerando que é fundamental "ensiná-los a avaliar em segundos a sua ação".
A informação foi avançada durante a audição de Margarida Blasco na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a propósito da morte de Odair Moniz, que foi baleado por um agente da PSP, em outubro do ano passado, na Cova da Moura, Amadora.
Para já, Margarida Blasco reconheceu que os agentes "entram muito jovens na PSP" e que o Estado tem o dever de garantir a sua adequada formação.
Os deputados do PS, do Bloco de Esquerda, do Livre e do PCP chamaram a ministra ao Parlamento para que esta pudesse esclarecer o que aconteceu na Cova da Moura e também no Martim Moniz, em Lisboa, em dezembro de 2024, quando dezenas de imigrantes foram encostados à parede.
Em resposta aos vários partidos, Margarida Blasco recusou fazer qualquer comentário sobre a atuação da PSP na Cova da Moura, uma vez que estão a decorrer três inquéritos relacionados com a morte de Odair Moniz - um no Ministério Público, outro na Inspeção-geral da Administração Interna e outro na PSP.
"Segundo o que vier nesses inquéritos, tomarei as devidas providências. Não posso fazer futurismo. Não sei qual vai ser o resultado", explicou.
Margarida Blasco disse lamentar o que aconteceu na madrugada de 21 de outubro, mas que é necessário aguardar pelo fim dos inquéritos. Ainda assim, a responsável pela pasta da Administração Interna não quis deixar de lado os atos de vandalismo que se seguiram à morte de Odair Moniz, que classificou como "absolutamente inaceitáveis".
O agente da PSP foi constituído arguido pelo crime de homicídio simples, ainda não regressou ao trabalho e não existe ainda data para retomar funções.
De acordo com informação oficial da Direção Nacional da PSP, Odair Moniz ter-se-á colocado em fuga quando foi abordado pelos agentes, durante a madrugada do dia 21 de outubro, e "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".
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