A porta-voz do PAN defendeu esta quarta-feira a realização das eleições antecipadas em 18 de maio para que os partidos tenham tempo de se organizar internamente, um apelo ao qual diz que o Presidente da Republica foi sensível.

"O PAN apelou ao senhor Presidente da República que desse tempo aos partidos para poderem organizar os seus processos de auscultação interna para estas eleições, do mesmo modo em que tivemos nas últimas eleições essa oportunidade que foi dada aos principais partidos do sistema para se poderem organizar internamente", disse Inês de Sousa Real, que liderou a última comitiva recebida por Marcelo Rebelo de Sousa ao longo de todo o dia em Belém.

O Presidente da República demonstrou "sensibilidade e preocupação naquilo que foram os argumentos dos partidos para que o processo democrático interno também seja respeitado", afirmou aos jornalistas Sousa Real.

O partido de Inês de Sousa Real lamentou que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e os "demais partidos do sistema" como o PSD, PS e Chega, estejam "a arrastar o país para este cenário de eleições antecipadas".

Nuno Melo, do CDS-PP, disse, após reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, estar "desconfortável com a crise política escusada", acrescentado que foi "motivada pelos partidos de esquerda".

O que interesse ao País inteiro é aquilo que ajuda a mudar a vida das pessoas (...) interessa-me resolver o problema dos portugueses", disse Nuno Melo.

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, destacou, esta terça-feira, após reunião com o Presidente da República, que "Montenegro colocou o seu interesse pessoal acima dos interesses do País", o que levou, segundo o político, ao "fim da linha".

Rui Tavares afirmou que as preocupações do partido são "o País e a democracia". Afirmando que 11 de maio será uma data da preferência do Livre para a realização de eleições antecipadas, Rui Tavares considerou que isso "não pode colocar em causa a comemoração do 25 de Abril", vendo com espanto que se tenha colocado a questão do parlamento não fazer uma sessão solene.

Sobre as datas das eleições antecipadas, o porta-voz do Livre destacou o dia de 25 de Abril, uma vez que, este ano completam-se 50 anos em que os portugueses, pela primeira vez, foram às urnas para a Assembleia Constituinte.

"Não pedindo a demissão, temos de ir a eleições antecipadas", frisou Rui Tavares. 

Paulo Raimundo, líder do PCP, falou após a reunião com o Presidente da República, dizendo que "é necessário responder às grandes emergências do País", como mais salários, mais acesso à habitação.

"Quem decide é o povo, não é só nas eleições, é até às eleições e após as eleições", disse Paulo Raimundo garantindo que "a força do PCP é decisiva para responder".

O PCP não revelou a data preferencial para as eleições legislativas antecipadas.

"O nosso combate não é contra o senhor primeiro-ministro, é contra as políticas", asseverou Paulo Raimundo.

Mariana Mortágua, líder do Bloco de Esquerda, falou após a reunião com Marcelo Rebelo de Sousa e afirmou que Luís Montenegro não tem condições para ser primeiro-ministro.

"O primeiro-ministro não tem condições para sê-lo (...) o próprio sabia disso e, por isso, apresentou uma moção de confiança", disse Mariana Mortágua.

A líder do BE disse ainda que um primeiro-ministro "não pode receber avenças através de uma empresa.

"Vamos a eleições pela pior razão possível", asseverou Mariana Mortágua, acrescentando que entende que " o primeiro-ministro "não percebe a gravidade do que se passou".

A presidente do BE disse ainda estar "esperançosa e confiante que a esquerda possa ser reforçada" nas próximas eleições.

Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, diz que o País deve ir a eleições "tão depressa quanto possível". 

O deputado fala após uma reunião com o Presidente da República. Sobre as eleições poderem ser no dia 11 diz que "quanto mais depressa melhor".

"Demos um sinal de responsabilidade quando votamos a favor da moção de confiança para preservar o País da crise política. Temos de fechar a página", disse.

Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, já está no Palácio de Belém para reunir com Marcelo Rebelo de Sousa.

André Ventura, líder do Chega, diz que o partido não se opõe às datas de eleições no dia 11 ou 18 de maio, apesar de Marcelo Rebelo de Sousa estar a "tender mais" para dia 11.

"Concordamos que seja um processo rápido", referiu.

"Da parte do Chega há contributo para a estabilidade , mas não abdicamos das nossas bandeiras na luta contra a corrupção. [...] Se o Chega falou para que o PM não continuasse, não faz sentido que o PM seja o mesmo", disse. 

O líder do Chega acrescentou ainda que Montenegro não tem condições para governar e que "um não é não". 

"Era preciso eu estar louco para um acordo com o PS. "Eu avisei que o PS quando pudesse tirava o tapete ao primeiro-ministro", acrescentou.

Por fim, o líder do Chega admitiu que conversou com Marcelo Rebelo de Sousa sobre uma candidatura às presidenciais. 

"Precisamos de clarificar a situação política", Pedro Nuno Santos afirmou que é preciso "clarificar a situação política" após ter reunido com o Presidente da República.

Pedro Nuno Santos voltou a culpar Montenegro pela instabilidade política no país.

O deputado garante que "está na campanha para ganhar eleições" e para dar "esperança aos portugueses", o que na sua opinião perderam neste último ano de liderança do PSD.

Luís Montenegro falou hoje ao País após a reunião com Marcelo Rebelo de Sousa. 

"O impasse deve passar pelas eleições antecipadas, que devem decorrer o mais rápido possível", disse. 

"Nós temos a consciência de que esta não é uma situação normal, no sentido em que a legislatura deveria durar quatro anos, foi possível quase uma ano de estabilidade", acrescentou. O primeir-ministo tentou deixar uma mensagem de tranquilidade, dizendo que há uma consolidação financeira e económica citando vários exemplos.

Sobre uma próxima campanha Luís Montenegro disse: "eu fui muito claro relativamente às condições que impunha a mim mesmo e ao partido, não têm que esperar de mim uma circunstância diferente". 

Pedro Nuno Santos, Secretário-geral do partido socialista, já chegou a Belém, onde vai ser recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. 

Luís Montenegro e a delegação do PSD (Leonor Beleza, Alexandre Poço, Inês Palma Ramalho) já chegaram ao Palácio de Belém para conversar com o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.