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Marcelo assume “divergência de fundo com o primeiro-ministro”

A responsabilidade dos governantes “não foi assumida como devia ter sido", refere o Presidente da República.

04 de maio de 2023 às 20:04

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quebra o silêncio esta quinta-feira dias depois de discordar da decisão do primeiro-ministro, António Costa, em manter João Galamba como ministro das Infraestruturas. "Como pode um ministro não ser responsável por um colaborador da equipa mais próxima? Como pode esse ministro no ser responsável por situações, bizarras e deploráveis?", começa por perguntar.

"Não se resolve apenas pedindo desculpa pelo sucedido, é pagar por aquilo que se faz ou deixou de fazer. Não se mistura política com a justiça, não se apaga dizendo que já passou, não passou", diz Marcelo, que agora critica as questões de "boa consciência" que levaram António Costa a não aceitar a demissão de Galamba.

"Foi por tudo isto que entendi que o ministro das Infraestruturas devia ter sido exonerado", esclarece. "Por tudo isto houve uma divergência de fundo" com António Costa, explica. Não sobre a "pessoa e as qualidades" do ministro das Infraestruturas, mas sobre a "responsabilidade, credibilidade e autoridade do ministro, Governo e do Estado".

"No passado foi sempre possível acertar agulhas, mas desta vez não. Foi pena", refere. A responsabilidade dos governantes "não foi assumida como devia ter sido", refere o Presidente da República.

Os portugueses querem "políticos a resolver os problemas dia a dia". Marcelo avisa que vai estar "mais atento e interveniente do dia a dia".

Recorde-se que em causa está a polémica do ex-adjunto do ministro, Frederico Pinheiro, acusar João Galamba de omitir informação à comissão de inquérito da TAP. João Galamba negou todas as acusações, apresentou a demissão, mas António Costa não aceitou. 

Reação do PSD

"Um Governo que não assume a responsabilidade é um Governo que perde a sua confiabilidade. Nós no PSD respeitamos as conclusões a que o Presidente chegou e reforçamos que é necessário um reforço da vigilância neste Governo. Se houver instabilidade política por força das eleições, em Portugal, essa instabilidade deve-se ao primeiro-ministro e ao Governo", diz Hugo Soares.

Reação da Iniciativa Liberal

"A visão de futuro que o Presidente da República apresenta é completamente contraditória com o diagnóstico que hoje fez do Governo. O primeiro-ministro amarrou o seu destino político a João Galamba. Nós consideramos que não é possível continuar nesta degradação", diz Rui Rocha.

Reação do PAN

"Não basta levar um ralhete neste momento. Esta instabilidade tem de ter um fim. Foi António Costa que escolheu manter João Galamba, optou por desvalorizar um episódio", diz Inês Sousa Real.

Reação do Chega

"O que é certo é que Marcelo Rebelo de Sousa confiou em alguém que não é confiavel. O Presidente da República devia ter ido mais além. Devia ter terminado hoje mesmo com este Governo. É um Governo de farrapos que não dá credibilidade ao País", diz Pedro Pinto.

Reação do Livre

"Para sair desta crise política o Governo tem de dar passos e o Presidente devia ter dado mais passos também. O que aconteceu foi um Governo amaldiçoado por uma maioria absoluta", diz Rui Tavares.

Reação do PCP

"A estabilidade também é a estabilidade da vida das pessoas. Consideramos que a situação é muito grave", diz Paula Santos.

Reação do Bloco de Esquerda

"Hoje sabemos que não confiamos nem no Governo, nem no Presidente da República para aprensentar aos País as soluções que as pessoas precisam. Todos os Governos que não respodem pelo povo são Governos a prazo", diz Mariana Mortágua.

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