De visita a Angola, Presidente da República afirmou que a imigração em Portugal "é completamente diferente" do resto da Europa.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, partidos como o Chega são "uma moda" que não espelha a opinião da maioria em Portugal. O Presidente da República, que esta terça-feira está de visita a Angola no comemoração dos 50 anos da independência do país, respondeu desta forma a questões sobre as polémicas recentes com o partido de André Ventura, e rejeitando que o racismo em Portugal esteja a aumentar.
Inquirido pela imprensa angolana acerca de casos recentes, como os insultos racistas alegadamente dirigidos à deputada Eva Cruzeiro (PS), por Filipe Melo (CH), e sobre se esses casos e o discurso do partido refletiam "uma crescente realidade de discriminação racial", o chefe de Estado português foi categórico, ao considerar que esse tipo de "discursos" faz parte de uma tendência internacional. " Faz parte da democracia que hajam pontos de vista que não são necessariamente os maioritários, mas que acompanham a vaga ou a moda de outros países", disse.
Marcelo fez deixou ainda uma crítica implícita ao Chega, recorrendo para isso à literatura. "Lembro-me sempre de Fernando Pessoa, que dizia que um dos nossos problemas era copiarmos o que se passa no estrangeiro, mesmo quando não tem nada a ver com aquilo que se passa em Portugal".
Para o Presidente, o tema da imigração é justamente um desses exemplos. "A imigração em muitos países da Europa é uma coisa, em Portugal é outra completamente diferente", defendeu, lembrando que a grande maioria dos imigrantes no país falam a língua portuguesa.
Marcelo Rebelo de Sousa teceu ainda considerações acerca das relações bilaterais entre Portugal e Angola nos 50 anos da independência da ex-colónia. "Não nos podemos substituir às sondagens, elas exprimem o resultado daqueles que foram ouvidos e temos de respeitar isso", disse, a respeito de um levantamento recente que dava conta de que a maioria dos angolanos considera que Portugal deve um pedido de desculpas ao país pelo período colonial.
"Angola está sempre no coração de Portugal e nós sabemos que Portugal está no coração de Angola", afirmou Marcelo, sublinhando ser "difícil encontrar um momento tão excelente nas relações entre Angola e Portugal como este".
O Presidente da República preferiu, contudo, salientar o trabalho de reconciliação levado a cabo nas últimas décadas. "Nos anos a seguir ao 25 de Abril, [havia] uma crispação e uma dificuldade de relacionamento que não encontro hoje. Nem ao nível do poder, da admnistração, das pessoas... foi um processo que foi feito. Se pensarem bem, no nosso país também se fez".
Ainda que reconhecendo que "passado próximo pesa sempre muito", Marcelo sublinhou que as relações entre os dois países "estão a atravessar um momento excelente".
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