Montenegro considera que se vive "um tempo singular".
O primeiro-ministro disse esta terça-feira ser "um bom sinal" quando é o Governo que traça objetivos "mais ambiciosos" e são "as oposições que querem menos", numa resposta ao secretário-geral PS sobre as metas mais elevadas que apontou para os salários.
Na sessão de abertura do Fórum Económico Portugal-Moçambique, que se seguiu à sexta cimeira bilateral entre os dois países, que decorreu no Porto, Luís Montenegro aproveitou para responder às críticas de José Luís Carneiro.
O líder socialista considerou no domingo ser "pouco digno" o primeiro-ministro fazer um "leilão de valorizações salariais", depois de o chefe do Governo ter falado num salário mínimo de 1.600 euros, dias antes de uma greve geral.
No final do seu discurso, Montenegro considerou que se vive "um tempo singular".
"Quando um líder político aparece a querer motivar, mobilizar o país para aproveitar a embalagem e apresentar novos e mais ambiciosos objetivos, nomeadamente na vertente salarial, são as oposições que querem menos e o líder político, que é o primeiro-ministro, que quer mais. São os sindicatos que querem menos e o primeiro-ministro que quer mais", ironizou.
Montenegro salientou que, habitualmente o que acontece é o contrário: "São os sindicatos e as oposições a querer mais e o governo, pronto, a fazer contas à vida e a ser um bocadinho mais comedido".
"Isto é um bom sinal para Portugal. Quando nós temos um governo ambicioso, quando temos um primeiro-ministro e um governo que querem e vão mesmo mobilizar a capacidade das pessoas, das empresas para ir mais longe e aqueles que, legitimamente e democraticamente, não defendem exatamente as mesmas ideias do governo ficam incomodados, acreditem: o país está no bom caminho e deve deixar as querelas políticas e partidárias para segundo plano e concentrar-se no caminho", apelou.
No sábado, discursando no X Congresso Nacional dos Autarcas Social-Democratas (ASD), no Porto, o primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, aumentou os objetivos salariais para o país, falando em 1.600 euros de salário mínimo e 3.000 euros de médio, um dia após mencionar valores inferiores.
"Nós não queremos crescer 2% ao ano. Queremos crescer 3%, 3,5%, 4%. Nós queremos que o salário mínimo não chegue aos 1.100 [euros]. Esse é o objetivo que temos para esta legislatura, mas nós queremos mais. Que chegue aos 1.500 ou aos 1.600", disse.
O primeiro-ministro, que não prestou declarações à comunicação social à saída, nunca se referiu à lei laboral e à greve geral marcada para quinta-feira, mas salientou que nos ciclos económicos favoráveis que se devem fazer reformas e deixou um pedido.
"O caminho é de reforma, de transformação. Não é de revolução. Não é de mudanças bruscas. Não vale a pena virem como papões, não vale a pena virem tentar reintroduzir uma cultura de medo" afirmou, dizendo que tal "não cola" nem tem "adesão à realidade".
O chefe do Governo disse que o seu objetivo são "ciclos de crescimento extensos, duradouros, intensos no desempenho, mas que sejam duradouros no tempo".
"É por isso que é preciso reformar. É preciso reformar para estarmos preparados para resistir às oscilações próprias dos ciclos económicos, para estarmos preparados para exponenciar o ciclo quando ele é favorável e levá-lo mais alto, mas para não perder muito quando o ciclo é menos favorável. É para isso que as reformas estruturais servem", afirmou.
Montenegro reiterou que o momento nas relações Portugal Moçambique é de "lançar um novo ciclo" e defendeu que "a palavra de ordem é confiança", sobretudo das opiniões públicas nos caminhos dos seus governos.
"E nós sentimos que o povo está connosco de um lado e do outro, acredita que é este o caminho", disse.
Montenegro destacou novamente a escolha da revista de "The Economist" de Portugal como economia do ano, defendendo que tal reconhece "o período de estabilidade financeira, de estabilidade económica, de estabilidade social, de estabilidade política".
"Sem essas condições não era possível sermos considerados a economia do ano. Sem essas condições não era possível termos sido o país que em 2024 mais fez incrementar o rendimento dos seus trabalhadores", considerou.
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