Mário Sottomayor Cardia, fundador do PS, ex-deputado e antigo ministro da Educação, faleceu ontem de madrugada vítima de doença prolongada. A morte chegou aos 65 anos para o histórico socialista que dedicou a sua vida à luta antifascista e à consolidação da democracia em Portugal. O corpo estará até às 15h00 em câmara ardente na sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa, de onde sairá para o Cemitério de Carnide.
O primeiro-ministro, José Sócrates, recordou “o seu inestimável contributo político, intelectual e académico”, considerando que continuará “a ser uma referência e inspiração para várias gerações de portugueses”. António Reis, grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, considerou o socialista como “um exemplo de coragem cívica e de lucidez”. Para António Guterres, ex-primeiro-ministro e actual Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Cardia “foi uma das mais sólidas âncoras do PS em defesa da liberdade e da democracia”.
Nascido a 19 de Maio de 1941, Mário Augusto Sottomayor Leal Cardia, de seu nome completo, desde cedo que se envolveu na luta estudantil contra o regime de Salazar, tendo sido preso por diversas vezes e torturado pela PIDE. Em 1971 deixou o PCP em rota de colisão com Álvaro Cunhal e associa-se ao PS, colaborando na redacção do Programa do partido e na sua fundação. A elaboração da Constituição da República de 1976 conta com o seu contributo. Entre 1976 e 1978, foi ministro da Educação e da Investigação Científica e da Educação e Cultura nos I e II Governos Constitucionais, liderados por Mário Soares. Durante o seu primeiro mandato terminou com o Processo Revolucionário em Curso (PREC) nas escolas. Foi ainda deputado entre 1983 e 1993. Actualmente, apenas exercia as funções de professor de Filosofia Política na Universidade Nova de Lisboa.
MANUEL ALEGRE, DEPUTADO DO PS
- "Um grande amigo"
“É uma das maiores figuras da História do socialismo e da esquerda em Portugal. Foi a figura que me convidou para aderir ao PS. Foi um dos meus melhores amigos e apesar da sua aparência débil, constituiu um exemplo de coragem física e moral”, declarou Manuel Alegre.
JAIME GAMA, PRESIDENTE DO PARLAMENTO
- "Acima da mediania"
“Uma pessoa de invulgar verticalidade a quem a democracia portuguesa deve muito. O seu compromisso com o pensamento e a acção esteve bem acima da mediania. Talvez por isso, recordemos nele mais uma vida do que uma carreira”, afirmou Gama, recordando o colega do II Governo.
ALMEIDA SANTOS, PRESIDENTE DO PS
- "Grande valor"
“Recebo com profunda tristeza a notícia do seu falecimento. Sempre fui amigo dele. Representa a perda de um grande valor da democracia portuguesa. Antes do 25 de Abril de 1974, foi torturado pela PIDE com grande violência, mas resistiu de uma forma que ficou célebre”, considerou Almeida Santos.
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