Aeródromo foi selecionado para acolher a futura Unidade de Helicópteros de Apoio, Proteção e Evacuação do Exército (UHAPE).
O chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) afirmou esta sexta-feira à Lusa que as obras de modernização do Aeródromo Militar de Tancos "decorrem a bom ritmo", prevendo-se a conclusão da reabilitação do Hangar Norte no início de 2026.
"A reabilitação dos dois hangares do aeródromo, nomeadamente o Hangar Norte, permitirá iniciar a formação de pilotos e técnicos antes da chegada da primeira aeronave", disse o general Eduardo Mendes Ferrão, tendo indicado que todo o espaço militar será requalificado "de forma faseada", sendo a unidade em Tancos equipada com "três helicópteros médios, com opção por mais uma aeronave".
O aeródromo, situado no concelho de Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém, foi selecionado para acolher a futura Unidade de Helicópteros de Apoio, Proteção e Evacuação do Exército (UHAPE), projeto que o general Mendes Ferrão considera "um marco histórico" na capacitação das forças terrestres, ao introduzir meios aéreos próprios no Exército português.
"O Exército encontra-se a desenvolver o Projeto dos Helicópteros de Apoio, Proteção e Evacuação (HAPE), uma iniciativa estruturante que visa dotar a Instituição de uma capacidade própria de meios de asa rotativa, indispensável para o apoio direto às forças terrestres e para o reforço da autonomia operacional em missões militares e de apoio à proteção civil", explicou o CEME em resposta escrita à Lusa.
De acordo com o responsável máximo do Exército, a criação desta nova capacidade "responde a uma necessidade histórica", permitindo "o emprego da terceira dimensão do campo de batalha, o ar, em missões de reconhecimento, transporte tático, apoio aéreo próximo e evacuação médica (MEDEVAC)".
O processo de aquisição dos helicópteros está inscrito na Lei de Programação Militar (LPM) e prevê um investimento inicial de cerca de 50 milhões de euros. A primeira aeronave deverá ser entregue no final de 2026, seguindo-se as restantes ao ritmo de uma por ano, até 2028.
Segundo Mendes Ferrão, os helicópteros, com capacidade para transportar até 12 militares, terão um "duplo uso", podendo ser empregues tanto em operações militares como em missões no âmbito do apoio civil, incluindo transporte de feridos, evacuação médica, apoio logístico e, futuramente, combate a incêndios rurais.
O projeto dos HAPE foi formalmente viabilizado em outubro de 2024, quando o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, assinou o despacho que autorizou a compra dos aparelhos. Na altura, o governante destacou que "esta é uma capacitação há muito reclamada pelo Exército" e que "fará no futuro muita diferença", sublinhando tratar-se de "um investimento crucial" para as missões das forças terrestres.
O general Mendes Ferrão adiantou à Lusa que, para além da reabilitação do Hangar Norte, estão a decorrer intervenções em toda a infraestrutura do aeródromo, incluindo a pista de aviação, torre de controlo, áreas de manutenção e depósitos gerais.
As obras visam criar "as condições adequadas para a receção das aeronaves e a instalação dos sistemas de apoio e manutenção", estando previsto que as restantes intervenções, nomeadamente nas áreas de abastecimento e apoio técnico, fiquem concluídas até março de 2026.
A formação dos pilotos e técnicos de manutenção começará ainda antes da chegada da primeira aeronave, seguindo os requisitos europeus de aeronavegabilidade militar (EMAR/PMAR) e com certificação pela Autoridade Aeronáutica Nacional.
Está igualmente prevista formação complementar em exércitos aliados, no âmbito da NATO, para reforço da interoperabilidade.
As aeronaves de asa rotativa do Exército permitirão executar um vasto leque de missões, tanto em território nacional como em teatros de operações internacionais.
Entre estas contam-se o apoio aéreo próximo às forças terrestres, o reconhecimento e proteção armada limitada, o transporte rápido de pessoal e material, a projeção e extração de forças e o apoio em catástrofes naturais.
No plano interno, a nova unidade será integrada no Plano de Apoio Militar de Emergência do Exército (PAMEEX), articulando-se com entidades como o INEM, a GNR e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O CEME sublinha que o projeto tem também "um impacto económico positivo para a região do Médio Tejo", reforçando o papel estratégico de Tancos no dispositivo militar nacional e potenciando uma "utilização dual" das infraestruturas.
Em novembro de 2024, os autarcas da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo saudaram a "anuência" do Exército à possibilidade de uso civil do aeródromo, desde que se mantenham os requisitos operacionais da área militar.
Mendes Ferrão confirmou então à Lusa não se opor a essa intenção, reconhecendo "as potencialidades da infraestrutura para um uso conjunto, civil e militar".
"Tancos vai afirmar-se como uma base de referência nacional para a operação de helicópteros do Exército, materializando uma visão integrada de defesa e apoio à sociedade, reforçando simultaneamente a capacidade de resposta das Forças Armadas e o contributo do Exército para a segurança e proteção das populações", concluiu o general CEME.
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