page view

PAN quer refugiados alojados em património público e hotéis vazios

Partido pede a longo prazo a construção de mais centros de acolhimento.

29 de abril de 2020 às 23:15

O PAN defendeu esta quarta-feira que o Estado pode usar património público ou hotéis vazios devido à covid-19 para alojar refugiados e migrantes que estão em Portugal, mas a longo prazo pede a construção de mais centros de acolhimento.

Em declarações à agência Lusa no final de uma reunião com a Plataforma de Apoios aos Refugiados, a líder parlamentar do PAN apontou que o número levado de pessoas que estão alojadas em pensões e hostels "já era um problema que afetava migrantes e refugiados".

Porém, "nesta situação é um autêntico rastilho de pólvora" para a disseminação da covid-19, advertiu.

"Terá que haver uma resposta através do património público e municipal, quer através do aluguer de espaços, para não haver sobrelotação e maior potencial de contágio", advogou Inês Sousa Real.

A deputada assinalou que, "quer a Santa Cassa da Misericórdia, quer o Estado e as autarquias são detentoras de património" e pediu que sejam encetados esforços para "perceber que património têm disponível e pode ser disponibilizado".

Outra das propostas do partido passa pelos alojamentos locais e hotéis que estão vazios devido à pandemia, e que "podem dar resposta para as pessoas em situação de vulnerabilidade", não só migrantes e refugiados como também pessoas em situação de sem-abrigo.

Porém, a longo prazo, o Estado deverá apostar na construção de mais "infraestruturas adequadas para receber estas pessoas", como centros de acolhimento, avisa Inês Sousa Real.

Estas são "sugestões que o PAN vai colocar ao Governo, esperando que se ultrapasse esta questão", apontou.

"Temos o dever de não virar as costas a estas pessoas", salientou ainda, defendendo que "tem de haver humanização do sistema e não discriminação".

A líder parlamentar do PAN referiu também a situação dos campos de refugiados espalhados pela Europa, denunciando que as organizações não governamentais "veem impedida a possibilidade de lá ter voluntários porque não há verbas suficientes".

Para Inês Sousa Real, esta é uma situação "bastante grave do ponto de vista humanitário, que se agudizou com a covid".

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. 

Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 973 pessoas das 24.505 confirmadas como infetadas, e há 1.470 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Na semana passada, o Conselho Português para os Refugiados anunciou está a acompanhar atualmente 950 requerentes de proteção, cerca de 800 dos quais se encontram em alojamentos externos aos serviços, em hostels na cidade de Lisboa.

 

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8