Proposta de cidadãos passou com os votos de deputados do PS e PAN e abstenções generalizadas.
1 / 3
O parlamento aprovou esta sexta-feira, na generalidade, o projeto de lei de um grupo de cidadãos sobre a manutenção e abertura de farmácias de venda ao público nas instalações dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.
Na prática, este diploma foi aprovado por apenas 22 dos 203 deputados presentes, pelo que foi a abstenção de PS, PSD, CDS-PP, PCP e PEV que viabilizou esta iniciativa dos cidadãos.
Na hora da votação, o PS dividiu-se, com 18 deputados a votarem a favor, juntando-se ao deputado único do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), André Silva, e a Paulo Trigo Pereira, deputado não inscrito, e a duas deputadas do PSD, Sandra Pereira e Ana Sofia Bettencourt, que anunciaram declarações de voto.
Entre os deputados socialistas que votaram a favor estão, entre outros, Maria Antónia Almeida Santos, porta-voz do PS, Miranda Calha, Marcos Perestrelo, José Magalhães, Helena Roseta, Manuel Caldeira Cabral e Wanda Guimarães.
Apenas a bancada do BE votou contra.
Os dois projetos do PAN e BE sobre a mesma matéria, debatidos, por "arrastamento" na sessão desta sexta-feira, foram rejeitados pelo PS, PSD e CDS.
A Iniciativa Legislativa dos Cidadãos pedia a restauração do regime instaurado em 2009 que permitia a existência de farmácias comunitária nos hospitais públicos para permitir que a farmácia do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, continue a funcionar,
Na abertura do debate, André Silva, explicou que a iniciativa do PAN para repristinar o regime de 2009 teve em conta "o interesse público assente nas necessidades prementes dos doentes, conjugado com a inobservância de impactos negativos advindos da existência de farmácias em meio hospitalar".
Moisés Ferreira, do BE, disse não concordar com este regime. "Não concordámos em 2009, quando o Governo socialista o estabeleceu, não concordamos agora, principalmente depois de já ter sido posto em prática".
"O Serviço Nacional de Saúde é um espaço público, não deve ser visto como um espaço de instalação de vários espaços privados", defendeu o deputado do BE, que apresentou um projeto de lei que defende a dispensa de medicamentos ao público pelas farmácias hospitalares do Serviço Nacional de Saúde.
A deputada do PSD Ana Oliveira lembrou, por seu turno, as "centenas de farmácias" que estão em "situação de pré-falência", a questão dos medicamentos que não estão disponíveis porque as farmácias não podem assegurar reservas muito diversificadas.
"O PSD, como partido responsável, entende que não deve acrescentar problemas aos problemas, pelo contrário deve contribuir para a procura de soluções enquadradas, sustentáveis e que sirvam os verdadeiros interesses de todos os portugueses", defendeu Ana Oliveira.
O PS, pela voz de Luís Graça, disse não estar disponível para "repristinar a lei de 2009, para não repetir uma experiência que não resultou".
"Temos hoje uma rede de farmácias comunitárias de grande proximidade, uma malha próxima das pessoas, não necessitamos de voltar atrás, mas ouvimos os argumentos de Loures, percebemos o problema que estes cidadãos colocaram à Assembleia da República", afirmou Luís Graça.
O deputado disse ainda que o PS está disponível para desenvolver "uma iniciativa que, respeitando o equilíbrio da rede de farmácias comunitárias, cumpra o essencial" pedido pelos 33.600 cidadãos de Loures e resolva o problema, não tratando "o justo por injusto".
Também o CDS-PP manifestou disponibilidade para encontrar uma "solução bem equilibrada".
"Será justo encerrar uma farmácia que se revelou um serviço à comunidade, um exemplo de boa gestão, e que não seguiu o exemplo das outras seis farmácias que tiveram um negócio ruinoso para o Estado", questionou a deputada Isabel Galriça Neto.
Para a deputada centrista, o que faz sentido é que "se harmonize um conjunto de fatores sem prejudicar um grupo tão alargado de cidadãos e que haja a oportunidade de em sede de especialidade esta questão ser devidamente ponderada com uma solução que não prejudique os utentes, o Estado e que possa ser ética e legalmente correta e bem balizada".
A posição do PCP vai no mesmo sentido: "estaremos disponíveis para intervir na especialidade para, de forma excecional, acautelar o nosso princípio geral e salvaguardar a situação que subsiste e acautelar os postos de trabalho existentes, ficando claro que rejeitamos quaisquer perspetivas de abrir caminho para a abertura de novas farmácias privadas em hospitais públicos", disse a deputada Carla Cruz.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.