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Esquerda chumba “ato falhado”

PS, Bloco, PCP, PEV e PAN rejeitam texto do CDS contra Governo de António Costa.

21 de fevereiro de 2019 às 01:30

O Governo sobreviveu esta quarta-feira à segunda moção de censura do CDS. A Assembleia da República chumbou o "ato falhado" dos centristas, como lhe chamou o primeiro-ministro, António Costa, durante o debate parlamentar, com os 115 votos contra do PS, Bloco, PCP, PEV e também do PAN.

Apenas o PSD se juntou ao CDS para tentar derrubar a geringonça, a menos de oito meses das eleições legislativas, a 6 de outubro.

"Este é um Governo desorientado, desconcertado, sem ambição", avançou a líder centristas Assunção Cristas, defendendo a clarificação do quadro político com eleições antecipadas a 26 de maio. E desafiou os partidos à esquerda do PS a ser "consistentes" e a apresentar uma moção de censura de acordo com as críticas que dirigem ao Executivo.

"Deixem-se de habilidades. Assumam que continuam a apoiar o Governo e, então, poupem-nos à desfaçatez de quererem ser ao mesmo tempo Governo e oposição ou tenham estatura e votem esta moção de censura."

Costa acusou Cristas de se servir desta iniciativa para "medir forças na oposição" com o PSD, dada a incoerência entre o que realmente defende a iniciativa. "Antes acusavam o Governo de ser despesista agora defendem os sindicatos, em que é que ficamos?", atira, irónico.

O PSD apresentou-se com gráficos de barras, mostrando o fraco investimento público do Executivo, razão pela qual "faz sentido clarificar os insucessos desta governação socialista", afirmou o ‘vice’ da bancada laranja Emídio Guerreiro. Mas o seu líder, Fernando Negrão, manteve-se em silêncio, uma estratégia do PSD de desvalorização da moção centrista.

BE e PCP acusaram o CDS de querer sobressair à direita usando, para isso, "aquilo que sempre combateram, a defesa dos direitos sociais".

No final, quase todos os deputados do CDS questionaram Costa sobre diversas áreas.

DEPOIMENTOS

Emídio Guerreiro, deputado do PSD

Carlos César, líder parlamentar do PS

"O que leva o CDS a levantar a crista e a apresentar esta moção, e o PSD, rasteirado e desnorteado, a servir-lhe de palmilha, como partido amordaçado? É uma moção de censura do CDS contra o PSD e o cómico é que o PSD vai votar a favor."

Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda

"Estamos num debate estranho. Chama-se moção de censura ao Governo, mas o proponente apressou-se a explicar que não. A única conclusão possível: é uma moção de autoavaliação e o CDS está a censurar-se, pelo que fez até agora, e faz bem."

João Oliveira, líder parlamentar do PCP

"Esta moção não era para levar a sério desde o primeiro dia. É uma encenação na disputa do espaço da direita, onde o PCP não se mete. Podia ter havido um salário mínimo superior e não há porque CDS e PSD deram ao PS a força que não tinha." 

Pedro Mota Soares, deputado do CDS

"O Governo fechou para o anúncio de obras que nem vão ser feitas. Nós não temos bem um Governo, temos um conjunto de pessoas que se sentam à mesa à quinta-feira a discutir quem é mais à esquerda."

Estreia de Mariana em debates no hemiciclo

Foi a primeira intervenção da nova ministra da Presidência em plenário. De vermelho e aguerrida, Mariana Vieira da Silva fechou o debate justificando que houve uma "reviravolta de argumentos" no CDS. "É uma violenta censura do CDS ao próprio CDS e, por arrasto, ao PSD", atirou. "Isto não é uma moção de censura, é uma Assunção de incapacidades."

PCP acusa CDS-PP de moção "idiota"

Apoio ao Governo revela "idiotas úteis"

Em resposta, no mesmo tom divertido, Telmo Correia lembrou a confusão revelada entre as críticas do PCP e do Bloco de Esquerda e o apoio que mantêm ao Governo. "Se aos idiotas acrescentarmos a palavra úteis, toda a gente sabe a quem nos referimos", disse o centrista.

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