Joana Mendes
JornalistaFrancisca Coelho Leal
JornalistaAndreia Churra Pereira
JornalistaCristiana Matos Reis
JornalistaFim do debate
Parlamento presta tributo às vítimas dos incêndios florestais
A Assembleia da República, reunida em plenário, presta homenagem às vítimas mortais dos incêndios florestais: Daniel Argelo, bombeiro da Covilhã; Carlos Dâmaso, antigo presidente da junta de Vila Franca do Deão, Adolfo Santos, operador de máquina de rasto do concelho de Mirandela e Daniel Esteves, operacional da Afocelca.
Foi feito um minuto de silêncio pelas vítimas dos fogos que assolaram o País este verão.
"Não estamos aqui para pré-anunciar novas tragédias, mas para as evitar": Montenegro rejeita críticas ao Governo
O primeiro-ministro Luís Montenegro esclarece que o plano de intervenção para a floresta foi apresentado em março, "muito antes de existirem os eventos trágicos dos incêndios", durante o discurso de encerramento do debate.
"Eu e este Governo não estamos aqui para pré-anunciar novas tragédias, mas para as evitar", garante Montenegro. Segundo o líder do Governo, o plano visa valorizar a floresta, aumentar a resiliência do setor florestal e agilizar os instrumentos que visam concretizar a estratégia.
"Em pouco mais de um ano o Governo aprovou 501 novos condomínios de aldeia", disse Montenegro.
O primeiro-ministro diz ser injusto argumentar que foram retiradas verbas desta área, "houve reprogramação de alguns fundos comunitários", neste momento o Governo estará a gastar 55% mais na área e há mais de 30 medidas em execução, segundo Montenegro.
"Se calhar posso ter contribuído para a perceção de insensibilidade, mas é injusta", garante Montenegro.
O primeiro-ministro esclareceu a cronologia da ação do Governo durante os fogos para demonstrar o trabalho que foi desenvolvido. "Fizemos aquilo que nos competia. Não vestimos casacos para ir para o terreno porque quisemos respeitar a prioridade ao trabalho operacional", realçou Montenegro.
Rui Tavares defende maior "planeamento, proteção e preparação" para os incêndios
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, afirma que faltou comunicação durante a situação dos incêndios, recordando a situação do apagão, que ocorreu em abril.
Rui Tavares defende que é preciso investir em questões de planeamento, proteção e preparação.
Chega e BE trocam acusações: Mortágua quer "fugir para Gaza" e Ventura "toma partido pelos criminosos de guerra"
André Ventura garantiu ainda que o Chega "vai mesmo avançar com uma comissão de inquérito, doa a quem doer".
O presidente do Chega, André Ventura, afirma que prefere ficar em Portugal a ajudar os bombeiros do que ir para Gaza, num ataque a Mariana Mortágua que irá embarcar numa flotilha em direção à Palestina. "Há uma diferença entre nós, nós estamos ao lado deles, não fugimos para Gaza quando eles precisam", disse Ventura.
"Há um povo a ser chacinado e, é verdade, eu tomo partido", respondeu Mariana Mortágua
"Os povos de que tanto gosta não defendem as minorias que a senhora deputada defende", retorquiu Ventura.
"Se tiver de escolher entre os que vivem em Gaza e no meu País, eu escolho os do meu País. São estes que me movem", acrescentou o deputado.
Hugo Soares acusa José Luís Carneiro de praticar "demagogia de extrema-direita" nas críticas ao Governo
O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, acusa José Luís Carneiro de praticar "a demagogia de extrema-direita para criticar a atuação do Governo", esta quarta-feira, no debate parlamentar.
Hugo Soares realça que José Luís Carneiro, que deixou duras críticas à realização da festa do PSD no Algarve, estava na Festa da Sardinha, enquanto o País ardia.
Hugo Soares gaba gosto de José Luís Carneiro por sardinhas, mas censura-o pelo uso da demagogia da extrema-direita para criticar atuação do Governo
José Luís Carneiro considera liderança política de Montenegro "ausente, incapaz de antecipar e frágil na resposta"
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, deu as condolências "às famílias das vítimas e amigos" dos fogos florestais e prestou "solidariedade com as comunidades locais". José Luís Carneiro disse estar consciente da difuldade que é estar esta quarta-feira no lugar de Luís Montenegro e da ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, considerou a liderança política de Montenegro "ausente, incapaz de antecipar e frágil na resposta".
O socialista defende que o primeiro-ministro devia ter adiado a festa do PSD "quando a população estava a sofrer e a viver momentos dramáticos".
José Luís Carneiro acusa ainda Montenegro de insensibilidade, não só durante a situação dos fogos, como nos momentos de prevenção. "Menos quatro mil ações de fiscalização da limpeza teria efeitos muito negativos na vida coletiva", afirma. O secretário-geral do PS afirma ainda que houve falta de humildade quanto à proposta de ativar o mecanismo de Proteção Civil.
"Portugal não precisa de mais planos para encher gavetas", Mariana Leitão sobre legislação da floresta
A líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, considerou que a legislação da floresta "está um caos". "Portugal não precisa de mais planos para encher gavetas. Precisa de ação", admitiu.
"A vida privada e a propriedade são direitos fundamentais. Cada família que perde a casa perde pratimónio, autonomia e dignidade", acrescentou.
"O primeiro-ministro está cá porque quis estar não é porque o Chega o tenha chamado", frisa João Almeida
A primeira palavra de João Almeida, do CDS-PP, foi para quem perdeu a vida. De seguida desafiou os deputados "a dizer que primeiro-minsitro socialista é que teve neste momento de agosto a discutir esta matéria".
"O primeiro-ministro está cá porque quis estar não é porque o Chega o tenha chamado", frisou.
O deputado defendeu que o crime de incêndio florestal é "um crime gravíssimo e que não pode ser desvalorizado". " Não compete só aos políticos tomarem estas medidas, compete também à Justiça. Não podemos dizer que é muito mau o que está a acontecer e depois não aplicar consequências ", acrescentou.
Mortágua fala de "incompetência" e critica que Bombeiros não sejam incluídos nas 45 medidas aprovadas pelo Governo
A líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, deixou claro que das 45 medidas aprovadas no Conselho extraordinário de Ministros e já promulgadas pelo Presidente da República, nenhuma se destina aos Bombeiros. Tal deveu-se, segundo a própria, à inexistência de coordenação.
"Aviões Canadair avariados, tripulantes em falta para helicópteros... O governo não faz nada e ainda acho que era sensato desviar milhões da floresta", afirmou.
"A única pergunta é se há alguma outra razão que não a incompetência", questionou a líder do BE.
Inês Sousa Real critica falta de palavras do Governo para os 3,15 euros por hora que os Bombeiros Voluntários recebem para "defender o nosso País"
Inês Sousa Real, do PAN, criticou o Governo quanto à "falta de palavras para a valorização dos Bombeiros". A deputada levou ao parlamento o facto dos Bombeiros Voluntários receberem 3,15 euros por hora e "nunca, em momento algum, ter havido referência a este valor para valorizar estes homens e mulheres que defendem o nosso País".
Durante os seis minutos de intervenção, Inês Sousa Real falou ainda das queixas dos agricultores que, depois de perderem os seus animais nos incêndios que deflagraram este verão, pediram apoios ao Governo. Segundo a política, o Executivo devia de "ter dados meios aos agricultores para prevenir esta situação".
JPP defende que além da floresta ardeu também a "confiança dos cidadãos no Estado"
Filipe Sousa, do JPP, considerou que os Bombeiros "homens incansáveis que deram muito do seu esforço", contrariamente ao primeiro-ministro que falhou, "chegou tarde demais".
"Senhor primeiro-ministro não é só a floresta que está a arder, é também a confiança dos cidadãos no Estado", asseverou.
Filipe Sousa continuou: "No que diz respeito à coordenação: como justifica falta de meios aéreos quando o Estado sabia há meses dessa necessidade?".
"Portugal não precisa de palavras de conforto ditas nas cinzas. Portugal precisa de um Estado que previne".
Ventura diz que desempenho da ministra da Administração Interna tem um nome, "incompetência"
O líder do Chega, André Ventura, foi o segundo político a intervir no debate parlamentar. Começou por congratular o primeiro-ministro por "não se ter esquecido dos bombeiros" durante o seu discurso.
"Apesar de toda a ausência e descoordenação política, devemos aos Bombeiros de Portugal toda esta luta. Queremos deixar o nosso aplauso sentido".
Ventura expressou indignação por Montenegro afirmar que "correu tudo bem e que tudo funcionou": "Como vimos e percebemos não havia prevenção e estamos nos piores da Europa quanto a esta matéria. Até dia 16 de agosto arderam 139 mil hectares".
O líder do Chega disse que o desempenho da ministra da Administração Interna tem um nome, "incompetência".
"Não vale a pena ir ao Pontal falar de fórmula 1. Perdemos território, a vidas pessoas... Faça uma viajem e veja o que falhou. Gostava que assumisse aos portugueses que falhou e de que nada desta incompetência vai acontecer no próximo ano".
Raimundo reitera "falta de logística" durante combate a incêndios e acusa Montenegro de "ter corrido atrás do prejuízo"
Teve início a intervenção dos partidos no debate a decorrer esta quarta-feira no parlamento. O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, acusou o primeiro-ministro de "ter corrido atrás do prejuízo", num contexto em que "escassearam meios" e onde "faltou coordenação".
Paulo Raimundo reiterou a "falta de logística" durante o período de combate a incêndios que assolaram o País e lamentou não terem existido medidas de apoio direcionadas aos bombeiros.
"Não é possível irradicar os incêndios, mas tem de ser possível minimizar a dimensão do drama", referiu. Raimundo criticou ainda a falta de meios aéreos e apontou que o Governo reagiu "tarde" e "procurou fugir às responsabilidades".
"É falsa a ideia de que não houve a prevenção no terreno": Montenegro sobre combate aos incêndios
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, tomou primeiro a palavra: "Quero começar por renovar o nosso pesar pelos quatro compatriotas que perderam a vida no combate aos incêndios e prestar a rápida recuperação aos que ainda se encontram feridos. Aos bombeiros, militares da GNR, Forças Armadas, autarcas, Proteção Civil e a todos os voluntários um especial agradecimento ao esforço que fazem por proteger o nosso património".
Na sua intervenção de seis minutos, Montenegro garantiu que esteve, assim como a ministra da Administração Interna sempre a par das ocorrências: "O Governo, eu próprio e a ministra da Administração Interna estivemos sempre ao leme (...) antes, durante e depois de cada ocorrência".
O primeiro-ministro garantiu que "é falsa a ideia de que não houve a prevenção no terreno". Montenegro considerou ser importante avaliar a eficácia das atuações no terreno.
Afirmou que, ao comando das operações, estiveram 66 meios aéreos, mais 869 operacionais e mais 238 veículos de combate que no ano anterior. Montenegro frisou também que até 24 de agosto deste ano foram detidas mais 60 pessoas pelo crime de incêndio que em 2024.
O primeiro-ministro disse que "a força do inimigo foi enorme".
Presidente da Assembleia da República presta as condolências às vítimas dos incêndios florestais
O Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, começou por prestar as condolências às vítimas dos incêndios florestais. O Governo prestou uma mensagem de agradecimento às equipas que tiveram empenhadas no combate às chamas.
Parlamento começa a debater coordenação do combate aos incêndios que assolaram o País
Começou o debate parlamentar sobre a coordenação do combate aos incêndios que assolaram o País. O debate foi pedido pelo Chega e pelo PCP.
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