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Parlamento dos Açores rejeita resolução para acabar com modelo de quota do goraz

Modelo relacionado com quota de pesca assenta na repartição por ilha. Diploma foi reprovado com votos contra de PSD, PS, CDS-PP, BE e PAN.

04 de junho de 2025 às 19:22

O parlamento açoriano rejeitou esta quarta-feira um projeto de resolução do Chega que recomendava ao Governo Regional acabar com o atual modelo de gestão da quota de pesca do goraz, que assenta na repartição por ilha.

O diploma foi reprovado com os votos contra de PSD (23 votos), PS (23), CDS-PP (dois), BE (um) e PAN (um), durante o plenário do parlamento açoriano, na Horta.

Além do Chega (três votos), votaram a favor da iniciativa os deputados únicos do PPM (partido que integra o Governo Regional) e da IL.

Na apresentação da resolução, o deputado do Chega José Paulo Sousa considerou que o sistema de quotas por ilha da pesca do goraz - uma das espécies piscícolas com mais impacto económico - cria uma "discriminação injustificável" entre pescadores.

"O que vemos é o empobrecimento generalizado de um setor à deriva", disse, criticando o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) e a Federação das Pescas dos Açores.

Na resposta, o secretário do Mar e Pescas, Mário Rui Pinho, lembrou que as quotas de pesca são uma imposição da Comissão Europeia e adiantou que as associações de pescadores estão a refletir sobre os modelos de gestão do goraz.

A propósito do futuro das pescas do arquipélago, Mário Rui Pinho alertou que a região tem um "recurso principal que está sobre-explorado".

Pelo PSD, o líder parlamentar, Bruto da Costa, reconheceu a "necessidade de ajustes", mas avisou que o fim das quotas por ilha no goraz prejudicaria os pescadores de ilhas mais pequenas, tal como Jorge Paiva (CDS-PP), que defendeu uma "responsabilidade partilhada" para a pesca daquela espécie.

O socialista José Ávila também discordou do fim das quotas por ilha e considerou que uma paragem biológica para efeitos de preservação iria fazer "colapsar" o setor, enquanto pelo BE António Lima realçou que o diploma do Chega não apresenta um modelo alternativo.

Já o deputado do PPM João Mendonça afirmou que Federação das Pescas "tornou-se um instrumento de interesse só para alguns".

Pedro Neves, do PAN, retorquiu ao apelar para que "se oiça a ciência", enquanto o deputado da IL, Nuno Barata, salientou que não se podem esperar resultados diferentes sem mudar as políticas.

O goraz é tradicionalmente a espécie alvo mais importante da pesca com palangre de fundo nos Açores.

O parlamento dos Açores é composto por 57 deputados, 23 dos quais da bancada do PSD, outros 23 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um do IL, um do PAN, um do BE e um do PPM.

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