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Paulo Rangel tentou "sensibilizar" EUA para presença da comunidade portuguesa na Venezuela

Ministro dos Negócios Estrangeiros falou com o secretário de Estado adjunto norte-americano, Christopher Landau, a quem pediu uma solução dialogada para as tensões entre Washington e Caracas.

05 de dezembro de 2025 às 22:36

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Paulo Rangel, admitiu esta sexta-feira que falou recentemente com autoridades norte-americanas sobre a situação na Venezuela, visando "sensibilizar para a presença importante da comunidade portuguesa" no país e para uma solução pacífica.

Em declarações à Lusa e à SIC em Nova Iorque, Rangel indicou que falou com o secretário de Estado adjunto norte-americano, Christopher Landau, a quem pediu um olhar atento para a comunidade portuguesa e uma solução dialogada para as tensões entre Washington e Caracas.

"Já tive a oportunidade de eu próprio falar também com as autoridades americanas, no sentido de as sensibilizar para a presença importante da comunidade portuguesa e fi-lo ao mais alto nível, devo dizer", afirmou.

"Estive agora na NATO, com o secretário de Estado adjunto [norte-americano] e que, aliás, é alguém que conhece bem Caracas e conhece bem a comunidade portuguesa, Christopher Landau, e falamos um pouco sobre esta situação no sentido de sensibilizar as autoridades americanas para que olhem à comunidade portuguesa, à comunidade espanhola, à comunidade italiana", explicou Rangel. 

O ministro reforçou que vários países têm chamado a atenção dos Estados Unidos para a importância de ter em conta o papel que as respetivas comunidades têm na Venezuela e que "podem ter num futuro importante".  

"Por isso, o que nós apelamos, juntamente com a Espanha, com a Itália, com a União Europeia, é que haja uma solução pacífica, dialogada desta situação de tensão que se vive agora naquele país, que é um país que tanto diz a Portugal", sublinhou. 

O ministro reforçou esta sexta-feira que não há registo de qualquer situação com portugueses residentes na Venezuela que justifique alarme, alguns dias após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado que o espaço aéreo venezuelano estava encerrado e ter intensificado a pressão a Caracas. 

Questionado sobre se o Governo português tem algum plano para retirar os portugueses ou lusodescendentes em caso de ataque norte-americano, Paulo Rangel garantiu que, "como acontece em qualquer situação de crise, Portugal tem planos de contingência", mas "não se justifica falar neles" neste momento. 

"Sinceramente não se justifica falar neles, porque eles são preparados em abstrato para um conjunto de situações no mundo inteiro. Assim que há uma situação mais sensível, eles são adaptados a essa situação. É isso que nós estamos a fazer. A nossa esperança e a nossa vontade é que não seja necessário ativar nenhum plano de contingência. Será muito bom sinal para as comunidades portuguesas", considerou.  

"Até este momento, nós não temos nenhum motivo para dizer que há alarme na comunidade portuguesa, mas foram altamente reforçadas as comunicações com a comunidade e, em particular, com os seus representantes. Portanto, nós estamos a acompanhar na Embaixada, nos Consulados, por exemplo, de Caracas e Valência, a par e passo a situação", garantiu, em Nova Iorque. 

Os consulados-gerais de Portugal nas cidades venezuelanas de Caracas e Valência disponibilizaram no sábado canais telefónicos de emergência para os portugueses radicados na Venezuela, com o propósito de garantir proteção e assistência aos compatriotas. 

Sob o pretexto de combater o narcotráfico, Washington mantém desde setembro um destacamento naval e aéreo em águas das Caraíbas próximas da Venezuela, tendo mesmo mobilizado o maior porta-aviões do mundo para a região. 

Em 21 de novembro, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) recomendou "extrema cautela" ao sobrevoar a Venezuela e o sul das Caraíbas devido ao que considera "uma situação potencialmente perigosa" na região. 

Várias companhias aéreas, incluindo a TAP, suspenderam então os seus voos para aquele país. 

Donald Trump chegou a admitir ataques terrestres no território venezuelano na luta contra os cartéis de droga. 

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