Paulo Raimundo questionou ainda "em que estado está uma nação em que grávidas e crianças se deparam com urgências e serviços de saúde encerrados".
O secretário-geral do PCP acusou esta quinta-feira o primeiro-ministro de viver numa bolha e de utilizar a extrema-direita como um "abre-latas", com Luís Montenegro a contrapor que está a procurar responder aos anseios dos portugueses.
No debate sobre o estado da nação, na Assembleia da República, Paulo Raimundo perguntou "em que estado está uma nação em que grávidas e crianças se deparam com urgências e serviços de saúde encerrados".
"Em que estado está uma nação quando faltam médicos, enfermeiros, profissionais de saúde e o seu Governo não toma uma única medida estruturante para resolver esse problema?", questionou.
Numa alusão ao discurso de abertura de Luís Montenegro, no qual o primeiro-ministro defendeu que "o país está melhor e a vida dos portugueses está melhor", o secretário-geral do PCP considerou que "a vida das pessoas e o país real passa ao lado" do chefe do executivo e da "bolha" onde vive.
"Sei que está com saudades da 'troika', senhor primeiro-ministro, sabemos isso. E é por isso que quer ainda mais precariedade, mais horas, mais tempo de trabalho, quer ainda atacar mais os direitos daqueles que criam a riqueza (...) e quer abrir o caminho ao assalto à Segurança Social", acusou.
Para o secretário-geral do PCP, a propaganda e a "agência de comunicação" do Governo "é boa, mostra dotes extraordinários, mas não apaga a realidade da vida difícil e de um país preso por arames".
"A vida está difícil, aumentam os preços nos alimentos, nos custos com a saúde, com os medicamentos, (...) é o drama social da habitação e as pessoas despejas e nem uma palavra sobre essa matéria. É um ano letivo que vai abrir, sem vagas na creche, no pré-escolar e sem professores necessários para esse andamento", disse.
Em contraponto, prosseguiu, "para aqueles que se julgam donos disto tudo, para isso é tudo à grande: apoios, benefícios, concentração de riqueza e transferência dessa riqueza para os paraísos fiscais".
"Sobre isso, nem um pio, em do primeiro-ministro, nem do seu Governo, mas também nem um pio daqueles que apoiam esta política", disse, antes de acusar Luís Montenegro de utilizar a "extrema-direita como se fosse um abre-latas".
"A extrema-direita abre o caminho e o seu Governo concretiza uma opção perigosa e que seguramente envergonha inclusive membros do seu próprio partido. Dividem as tarefas, uns arrufos aqui, uns arrufos, ali, como vimos, mas, no fim do dia, lá estão todos a afirmar os serviços dos financiadores", acusou.
Após esta intervenção, Luís Montenegro abordou a crítica de Paulo Raimundo de que tinha saudades da 'troika' para referir que outras bancadas parlamentares o acusam de ser eleitoralista.
"Vai-se de uma ponta à outra, exatamente com as políticas, o que não deixa de ser curioso. Eu não estou com saudades de uma coisa, nem estou preocupado com a outra, estou apenas focado em responder aos anseios das portuguesas e dos portugueses", disse.
Depois, focou a maioria da sua resposta a Paulo Raimundo na questão da saúde, elencando várias estatísticas para mostrar que o Governo está a procurar soluções para o setor, designadamente que, no último ano, foi atribuído médico de família "a mais de 141.509 portugueses", foram realizadas mais 736 mil consultas hospitalares de especialidade e as "cirurgias aumentaram 5,4%".
Sobre a atratividade das carreiras no SNS, Luís Montenegro disse que o Governo chegou a acordo com os enfermeiros, os médicos, os farmacêuticos, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e o sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar.
"Sinceramente, acham que não estamos a fazer um esforço para poder dar melhores condições de trabalho aos profissionais de saúde, valorizando o SNS? O partido comunista (...) não seria o primeiro a vir hoje cumprimentar o Governo por uma vez e dizer assim: 'este Governo faz mais do que o Governo que o antecedeu?'", questionou.
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