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PCP pergunta quem vai pagar contas de pensionistas se não houver folga orçamental

O secretário-geral do PCP considerou importante frisar que, "sobre o problema dos reformados", o Governo só tem admitido dar benesses se houver folga orçamental.

28 de setembro de 2025 às 13:05

O secretário-geral do PCP criticou este domingo o executivo por só admitir apoios extraordinários para os pensionistas se houver folga orçamental, perguntando quem vai pagar as suas contas se não houver.

Em declarações aos jornalistas após um comício no mercado municipal da Vidigueira, distrito de Beja, Paulo Raimundo considerou que a proposta de aumento do Complemento Solidário para Idosos (CSI) e de um novo suplemento extraordinário para pensionistas se houver folga orçamental, anunciada pelo primeiro-ministro este sábado, é típico de período eleitoral.

"Nós estamos em campanha eleitoral, é só sacos cheios de promessas, é só sacos e sacos e sacos. Pronto, depois logo se vai ver", afirmou Paulo Raimundo.

O secretário-geral do PCP considerou importante frisar que, "sobre o problema dos reformados", o Governo só tem admitido dar benesses se houver folga orçamental.

"Tem havido benesses todos os anos porque tem havido eleições todos os anos. Se houver folga, há benesses, se não houver folga, a malta que aguente", criticou, aproveitando para deixar uma pergunta ao Governo.

"Se houver aumento dos complementos solidários e apoios extraordinários, os reformados pagam as contas no supermercado... Se não houver, ficam a dever e o Governo paga?", questionou.

No seu discurso neste comício na Vidigueira, Paulo Raimundo afirmou que, na CDU, "não há mentira, não há demagogia, não se vende banha da cobra, nem se anda de quatro em quatro anos com sacos cheios de promessas, daqueles que aparecem sempre nestas alturas para depois acabarem logo no dia a seguir às eleições".

"Aqui assumimos compromissos, que honramos com o nosso trabalho, com o nosso projeto e sobre os quais damos a cara. E quando não conseguimos por esta ou aquela razão cumprir o nosso compromisso, não enfiamos a cabeça na areia. Vamos de forma frontal falar com as populações", frisou.

Nas declarações aos jornalistas, Paulo Raimundo abordou ainda as declarações de Luís Montenegro que, sobre as medidas do Governo para a habitação anunciadas na semana passada, admitiu que estão a gerar "muita confusão".

O secretário-geral do PCP voltou a criticar o Governo por considerar que uma renda de 2.300 euros é moderada, salientando que, para a conseguir pagar, um agregado familiar teria de ganhar cerca de seis mil euros por mês.

"Portanto, não foi uma questão de má compreensão, foi uma questão de opção. Enquanto o primeiro-ministro acha que uma renda moderada é de 2.300 euros, eu só pergunto o que é que ele acha que é uma reforma de menos de 500 euros para mais de um milhão de reformados em Portugal", afirmou.

Paulo Raimundo frisou, assim, que não há "má interpretação" sobre as medidas do executivo para a habitação, mas antes "uma opção que não tem em conta a realidade".

"É uma coisa inexplicável. Aliás, se fosse uma má interpretação ou um erro, tinha dito 'enganei-me'. Não havia nenhum problema, lapsos são lapsos, podia ter acontecido. Não, é propositada a opção", frisou, equiparando a situação a uma "velha anedota".

"Está tudo a marchar mal, só o meu filho é que está a marchar bem. Neste caso, só o primeiro-ministro é que está a pensar bem, o resto está tudo a penar mal", criticou.

A Vidigueira é um concelho no distrito de Beja governado pela CDU desde 2005. O presidente da Câmara atualmente é Rui Raposo, que se recandidata ao cargo nestas eleições autárquicas.

No seu discurso no mercado municipal da vila, Paulo Raimundo apelou à mobilização dos eleitores da CDU para garantir que a coligação continua o seu trabalho na Vidigueira "de forma renovada, com mais força, com mais apoios, com mais votos, para ir mais longe ainda neste projeto".

"Vamos ao contacto, ao esclarecimento, a todas as freguesias, a todos os lugares, bater às portas, todas. E aquelas que não se abrirem, nós tocamos à campainha. E, se não houver campainha, batemos à janela. E se não estiver lá ninguém, voltamos no outro dia", apelou.

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