Candidato a secretário-geral do PS descreve eventual acordo como "um problema para a maioria dos portugueses".
O candidato à liderança socialista Pedro Nuno Santos considerou esta segunda-feira que a TAP "não é um problema" e não deve haver pressa na privatização, e defendeu que um Governo PSD/IL já teria um projeto "suficientemente radical" sem o Chega.
Numa entrevista à SIC, no dia em que apresentou a sua candidatura à liderança do PS, Pedro Nuno Santos defendeu que "o projeto do PSD mais IL já é suficientemente radical" para gerar preocupação, "sem a muleta do Chega".
"A IL tem um projeto radicalmente liberal. Eu diria que um eventual Governo do PSD com a IL seria um Governo mais à direita do que o de Passos Coelho. Passos Coelho, apesar de tudo, não dependeu da IL. Isso terá consequências na governação, como é evidente", disse.
Pedro Nuno Santos fez esta afirmação depois de, no discurso de apresentação da candidatura à liderança do PS, esta tarde, ter defendido que "a direita não cumpre as suas promessas, nem faz o que apregoa".
"Ainda agora nos promete que não fará acordos com a direita populista, racista e xenófoba, quando é precisamente isso que se prepara para fazer", afirmou.
Questionado nesta entrevista sobre os motivos para ter esta feito esta afirmação, Pedro Nuno Santos respondeu que esse eventual acordo seria "um problema para a maioria dos portugueses", sobretudo para os que "se situam no centro político".
"E esse risco é real, até porque, nos Açores, onde o PS ganhou as eleições, o PSD decidiu fazer uma aliança com vários partidos, ou diferentes acordos com diferentes partidos, um deles o Chega", indicou.
Interrogado sobre uma eventual reconfiguração da geringonça, Pedro Nuno Santos destacou que o PS se vai apresentar a votos sozinho e bater-se "pelo melhor resultado possível", e só fará essa avaliação depois, "consoante o arranjo parlamentar que sair das eleições".
O também antigo ministro das Infraestruturas e da Habitação foi igualmente questionado sobre a privatização da TAP, tendo respondido que a companhia aérea não é hoje um "problema para o país".
Segundo Pedro Nuno Santos, a TAP "deu mais de 200 milhões de euros de lucro" nos primeiros nove meses deste ano, o que "não tem precedentes na história" da companhia aérea.
"Por isso, a TAP não é hoje um problema e, portanto, não tem de haver pressa relativamente ao dossiê. Nós temos hoje uma empresa com saúde financeira, do ponto de vista operacional também está muito saudável e bem-sucedida. Por isso, não é um problema para o país", disse.
Interrogado se se arrepende de, em junho 2022, ter avançado para a opção Montijo-Alcochete como localização do novo aeroporto de Lisboa sem o acordo do primeiro-ministro - o que levou à sua desautorização pública -, Pedro Nuno Santos disse que na altura era-lhe "insuportável a ideia de ter de esperar mais um tempo prolongado" para fazer uma decisão quanto a essa localização.
"O país está há 50 anos a tentar decidir a localização do aeroporto. Era para mim insuportável a ideia de nós termos de estudar mais, de ouvir mais, de negociar mais, e por isso há ali um momento de querer que o Governo decida", disse.
Já relativamente à demissão do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos reconheceu que, se estivesse na pele de João Galamba, ter-se-ia demitido mais cedo, referindo que foi isso que fez quando também esteve "numa situação complicada", numa alusão à polémica sobre a indemnização da ex-secretária de Estado Alexandra Reis.
Na sequência da demissão de António Costa, além de Pedro Nuno Santos, associado à ala mais esquerdista do PS, vai também candidatar-se à liderança do partido José Luís Carneiro, conotado como pertencendo à ala moderada.
As eleições diretas para a sucessão de António Costa no PS estão marcadas para 15 e 16 de dezembro - em simultâneo com a eleição de delegados - e o congresso está previsto para 06 e 07 de janeiro.
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