"Todos nós partimos de posições histórias bastantes distintas relativamente a Israel", disse António Costa.
O primeiro-ministro defendeu esta sexta-feira a proposta apresentada pelo homólogo espanhol para organizar uma conferência para a paz no Médio Oriente e considerou não ser necessário haver unanimidade de posições sobre esta questão entre os 27.
"Achamos bem e, por isso, consta das conclusões da proposta do primeiro-ministro [Pedro] Sánchez no sentido de se promover a realização de uma conferência de paz no horizonte de seis meses", disse António Costa, em conferência de imprensa, no final de dois dias de reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas.
Os 27 acordaram na quinta-feira uma posição conjunta de apelar a "pausas humanitárias" para fazer chegar a ajuda humanitária à população palestiniana. Contudo, alguns Estados-membros queriam ir mais longe, por exemplo, pedindo um cessar-fogo entre o exército israelita e o movimento islamita Hamas.
"Todos nós partimos de posições histórias bastantes distintas relativamente a Israel. Isso condiciona muito a forma como diferentes países se posicionam neste contexto. Havia países que, não só defendiam o cessar-fogo, como entendem que o cerco [a Gaza], o corte de energia elétrica, do abastecimento de água, é uma violação do direito internacional. Outros entendem que o direito de Israel à sua defesa não deve ser condicionado com nenhum 'mas'", sustentou António Costa.
Apesar das divergências, o primeiro-ministro advogou que "uma Europa a 27 é uma Europa plural", por isso, releva "o esforço de todos" para que haja uma posição comum do bloco comunitário.
O mesmo aconteceu com a Ucrânia, acrescentou António Costa, há posições diferentes, mas os 27 conseguiram, depois de 24 de fevereiro de 2022 e até esta sexta-feira, consensualizar posições e falar em apenas uma só voz, nas declarações e no apoio concreto ao país invadido pela Rússia.
"A União Europeia tem bem presente que esta guerra [no Médio Oriente] não encerrou a anterior e que a violação do direito internacional por parte da Rússia prossegue, e que o direito da Ucrânia de se defender e o dever que temos de apoiá-la na sua defesa é algo que se mantém, e que está expresso nas conclusões", completou.
Já a "sensibilidade relativamente à Ucrânia é distinta", considerou o primeiro-ministro, porque alguns Estados-membros "têm excessiva proximidade, outros porque apesar da proximidade, nem sempre ela gera maior amizade".
Um desses países é a Eslováquia. O primeiro-ministro Robert Fico, que chegou ao poder depois de fazer uma coligação com a extrema-direita, tem uma posição em relação à Ucrânia, acompanhada, ainda que com nuances próprias, pela Hungria, como reservas à sanções contra a Rússia.
Fico foi acusado de ser próximo do Kremlin e favorável à narrativa de Moscovo e já ameaçou que o país pode deixar de contribuir para apoiar económico-financeira e militarmente Kiev.
"Ele expressou uma posição própria relativamente à Ucrânia, que resulta da experiencia que tem enquanto vizinho da Ucrânia, no quadro das relações bilaterais entre a Eslováquia e a Ucrânia"; comentou António Costa.
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