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PS quer explicações do ministro das Finanças sobre evolução da dívida pública

Partido pede esclarecimentos sobre aumento de aplicações em Certificados Especiais de Dívida de Curto Prazo (CEDIC).

05 de fevereiro de 2025 às 13:44

O PS pediu esta quarta-feira uma audição do ministro das Finanças no parlamento para explicar o que influenciou a trajetória da dívida pública, nomeadamente tendo em conta o aumento das aplicações em Certificados Especiais de Dívida de Curto Prazo (CEDIC).

O requerimento do grupo parlamentar socialista para uma audição de Joaquim Miranda Sarmento na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública tem carácter de urgência, debruçando-se sobre os "fatores explicativos da trajetória da dívida pública e sobre o aumento das aplicações em CEDIC ocorrido no final do ano passado".

Em causa está um aumento de 184% das aplicações em CEDIC entre o final de setembro e o final do mês de dezembro, sendo estes "instrumentos de subscrição exclusiva por investidores do setor público".

No ano passado, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) publicou um relatório em que reputava a redução da dívida ocorrida entre 2023 e 2024 (durante o Governo de António Costa) de "artificial", recorda o PS no requerimento, nomeadamente devido aos CEDIC, que "reduzem o valor consolidado [da dívida] que é reportado pelo INE [Instituto Nacional de Estatística]".

Na altura, a "tese explanada no relatório da UTAO foi amplamente vocalizada pelos partidos que apoiam o atual governo, que puseram em causa a regularidade das operações de compra de títulos da dívida pública por entidades da esfera do Estado", lembra o PS, acrescentando que o atual ministro das Finanças também "alinhou nesta narrativa".

Tendo em conta este histórico, o PS quer agora "conhecer a avaliação feita pelo Sr. ministro de Estado e das Finanças sobre a evolução das aplicações em CEDIC no final de 2024 e sobre o papel que estas desempenharam do ponto de vista da medição da dívida pública na ótica de Maastricht".

Além disso, o grupo parlamentar socialista quer saber a identidade dos investidores públicos que aplicaram, no total, 24.000 milhões de euros em CEDIC, e se "existiu algum tipo de ingerência política na distribuição de dividendos e resultados transitados das entidades em questão".

Esta semana, o Banco de Portugal revelou que o rácio da dívida pública recuou para 95,3% do Produto Interno Bruto em 2024, abaixo dos 97,9% do ano anterior e o valor mais baixo desde junho de 2010.

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