Objetivo passa por "conferir segurança na velhice, protegendo modos de vida, rotinas e familiaridades".
A criação do Programa Municipal "+65 Sem Despejos", para apoio aos mais carenciados, e a possibilidade de o município assumir o contrato de arrendatários com mais de 65 anos vão ser propostas pelo PS, terça-feira, na Câmara de Lisboa.
Segundo uma nota dos vereadores socialistas na autarquia lisboeta, a que a Lusa teve acesso, "o número de despejos aumentou 17% em 2023, com Lisboa a destacar-se com 330 pedidos no Balcão Nacional de Arrendamento", números que "estão longe de contar o que se passa na cidade, pois o maior problema continua a ser a renovação de contratos para valores muito mais altos".
"A recente proposta do Governo, para acabar com o travão ao aumento contratual das rendas vem desproteger, ainda mais, os inquilinos, especialmente os mais vulneráveis como é o caso dos idosos", salientam os eleitos do PS.
Nesse sentido, os socialistas Inês Drummond, Pedro Anastácio e Cátia Rosas vão propor, na reunião do executivo camarário de terça-feira, a criação do Programa Municipal "+65 Sem Despejos", que visa garantir "apoio jurídico em matérias relacionadas com habitação, incluindo a exigência de realização de obras que, nos termos da lei, caibam ao senhorio, ações de despejo, pedidos de revisão de 'spread', ou oposições à renovação de contrato e atualizações de valores de renda".
Os autarcas defendem ainda que "o município assuma, mediante análise prévia dos serviços, a posição contratual do arrendatário e que a câmara realize uma consulta ao mercado, no âmbito do Programa Renda Segura, para disponibilizar habitação para os maiores de 65 anos cujos rendimentos se situem nos limites definidos para o Programa de Renda Acessível".
"Nestes casos, o valor a cobrar pelo município no subarrendamento não poderá exceder uma taxa de esforço de 25%", referem.
De acordo com a proposta, é imperativo, no contexto atual de "aumento do preço no acesso à habitação, que o município de Lisboa lance mão de todas as soluções ao seu alcance para minimizar os impactos sobre os atuais reformados e pensionistas".
O novo programa municipal, que terá de ser aprovado pelo executivo, mandatando os serviços municipais competentes para, no prazo de 30 dias, submeter a respetiva concretização à câmara municipal, deverá assim prever a "prestação de apoio jurídico universal, para maiores de 65 anos, em matérias relacionadas com habitação, própria ou titulada por contrato de arrendamento ou comodato", incluindo obras, através de protocolos, por exemplo, "com a Ordem dos Advogados".
O apoio jurídico poderá incluir "oposições à renovação de contrato, atualizações de valores de renda, verificação da legalidade de cláusulas constantes de contrato de arrendamento, pagamento antecipado de rendas, pagamento ou devolução de cauções", entre outras questões.
O inquilino poderá solicitar, "independentemente dos rendimentos auferidos", e mediante análise prévia dos serviços, que o município assuma a posição "em contrato de arrendamento habitacional ou de comodato -- primeira habitação --, sem dependência de autorização do senhorio, subarrendando ao inquilino original, independentemente de se estar em contencioso judicial ou perante situação iminente de despejo".
A proposta prevê ainda "assegurar habitação, nas situações de despejo ou de despejo iminente, aos maiores de 65 anos que se enquadrem nos limites de rendimentos definidos para o Programa de Renda Acessível", segundo "um critério de proximidade, preferencialmente, à escala de bairro ou de freguesia", nomeadamente através de consulta ao mercado, no âmbito do Programa Renda Segura.
O objetivo passa por "conferir segurança na velhice, protegendo modos de vida, rotinas e familiaridades".
No caso das habitações do município, propõe-se que, nos limites de rendimentos definidos para o Programa de Renda Acessível, se aplique "uma taxa de esforço máxima de 25%, sem prejuízo" dos impedimentos no Regulamento Municipal do Direito à Habitação.
A proposta prevê ainda inscrever "em rubrica orçamental os montantes necessários" para levar a cabo o programa e mandatar o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD) "para junto do Governo e da Assembleia da República, instar a que se proceda à alteração legislativa necessária" para que o município possa assumir a posição contratual dos arrendatários.
O executivo da Câmara de Lisboa, composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) -- os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta --, três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do Bloco de Esquerda.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.