Decisão do Governo foi anunciada pelo ministro dos Assuntos da Presidência, António Leitão Amaro.
PSD e CDS elogiaram, esta quinta-feira, a escolha do economista Álvaro Santos Pereira para as funções de governador do Banco de Portugal (BdP), enquanto a IL levantou dúvidas por ter sido ministro de um executivo social-democrata.
A decisão do Governo foi anunciada pelo ministro dos Assuntos da Presidência, António Leitão Amaro, em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros.
Álvaro Santos Pereira foi ministro da Economia e do Emprego de 2011 a 2013, no Governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP), e desempenhou até agora as funções de economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
O vice-presidente da bancada do PSD Hugo Carneiro, além da indicação de Álvaro Santos Pereira, elogiou também a escolha de Gabriel Bernardino, ex-presidente da CMVM, para novo presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), sucedendo a Margarida Corrêa de Aguiar.
Em relação a Álvaro Santos Pereira, Hugo Carneiro rejeitou as críticas do PS e observou que Mário Centeno "saltou diretamente de ministro das Finanças para governador do BdP".
"Portanto, devolvo as questões ou as dúvidas PS, porque o PS, se tem tantas dúvidas, então que justifique aos portugueses porque é que num determinado momento, há cinco anos, decidiu como decidiu".
"As situações não são comparáveis. Álvaro Santos Pereira, pelo menos há uma década, ou mais de uma década, está afastado de qualquer função governativa ou partidária em Portugal. É uma pessoa independente, que tem um percurso profissional e académico acima da média, é economista-chefe de uma das maiores organizações internacionais, a OCDE", reagiu.
Hugo Carneiro defendeu a seguir que Álvaro Santos Pereira chegou a economista chefe da OCDE por "mérito próprio".
"É uma pessoa absolutamente isenta e independente. Reforçará em muito a independência do BdP, assim como Gabriel Bernardino na Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões", sustentou.
O "vice" da bancada social-democrata criticou ainda intervenções partidárias em que se "tentam levantar fantasmas, mas sem se conseguir atacar o currículo das pessoas", considerando que o do novo governador "é inatacável".
A Iniciativa Liberal, através da sua presidente, Mariana Leitão, congratulou-se com a decisão do Governo de Luís Montenegro de não reconduzir Mário Centeno como governador do BdP, mas levantou dúvidas sobre a independência de Álvaro Santos Pereira, apontando o facto de ter sido ministro de um executivo social-democrata liderado por Pedro Passos Coelho.
Numa nota que publicou na sua conta na rede social X (antigo Twitter), Mariana Leitão referiu que o antigo ministro das Finanças Mário Centeno chegou a governador do Banco "através de uma porta giratória entre política e regulador", o que permitiu antever, na sua opinião, "que exerceria o cargo como ator político com interesses políticos, como o fez".
"Relativamente à nomeação de Álvaro Santos Pereira, trata-se de um economista com um currículo internacional sólido, com experiência relevante nas áreas da economia e da política económica", aponta Mariana Leitão.
No entanto, para a presidente da Iniciativa Liberal, "não se pode ignorar que Álvaro Santos Pereira é também um ex-ministro de um governo do PSD agora indicado para o cargo de governador por outro governo do PSD".
"Essa ligação política passada, mesmo não sendo recente, deixa inevitavelmente dúvidas quanto à perceção de independência em relação ao poder político. Álvaro Santos Pereira não transita diretamente da política ativa para o cargo de governador do Banco de Portugal, o que é uma evolução, mas a IL continua a defender que estas nomeações sejam feitas através de um concurso público internacional", acrescenta.
Para o líder parlamentar do CDS, Paulo Núncio, "foi boa" a decisão do Governo de escolher Álvaro Santos Pereira, "porque tem um sólido curriculum académico e de economista".
"A decisão do Governo é também um virar de página no BdP e o nome do professor Álvaro Santos Pereira garante a independência do banco central, o que constitui para o CDS um requisito muito importante", salientou o antigo secretário de Estado democrata-cristão.
Perante os jornalistas, Paulo Núncio assinalou depois que Álvaro Santos Pereira "não tem qualquer filiação política partidária".
"Quando esteve no Governo [de Pedro Passos Coelho] atuou sempre como independente. Além disso, há mais de dez anos que está fora do país, exercendo um cargo de enorme reputação, como é o de economista chefe da OCDE. São características que garantem ao CDS que o exercício do cargo será feito com total independência face ao poder político", acentuou Paulo Núncio.
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