Posições foram apresentadas após as alterações à lei em vigor terem passado na especialidade, mas em vários casos apenas com maioria simples, ou seja, com abstenção do Chega.
O PSD pediu esta sexta-feira sentido de responsabilidade para que a revisão da lei da nacionalidade seja aprovada em votação final global por maioria absoluta, e a IL pressionou o Chega para votar a favor das mudanças.
Estas posições foram defendidas pelo vice-presidente da bancada social-democrata António Rodrigues e pelo ex-líder da Iniciativa Liberal Rui Rocha, após as alterações à lei em vigor terem passado na especialidade, mas em vários casos apenas com maioria simples, ou seja, com abstenção do Chega.
Face à oposição já assumida pelo PS, Livre, BE e PCP, na terça-feira, em votação final global, o Chega terá de votar a favor ao lado do PSD, CDS e IL. Só assim será atingida a maioria qualificada de 116 votos a favor entre os 230 deputados em efetividade de funções. Perante os jornalistas, o vice-presidente da bancada do PSD referiu-se precisamente a esta fasquia relativa à exigência de "maioria qualificada".
"Sabemos bem que é necessária uma maioria qualificada de 116 deputados. Portanto, é necessário que cada um tenha a consciência do que vai fazer no momento da votação decidindo entre não ter um dispositivo legislativo -- principalmente, aqueles que põem a tónica tão específica na matéria da perda da nacionalidade - ou termos, de facto, uma regulamentação efetiva de acordo com aquilo que temos estabelecido", advertiu António Rodrigues.
A seguir, deixou um apelo ao sentido de "responsabilidade de todos aqueles que vão estar envolvidos" na votação de terça-feira, num recado dirigido ao Chega. "Entendemos que é preferível ter uma disposição, mesmo que não se concorde inteiramente com ela, do que não ter disposição nenhuma", acentuou o vice-presidente da bancada do PSD. O ex-líder da Iniciativa Liberal foi mais longe e referiu-se diretamente à posição a adotar pelo Chega, questionando os deputados deste partido se "querem ou não manter a lei em vigor".
"O desafio está colocado ao Chega. Depende da sua posição passar a haver um prazo de dez anos de permanência legal em território nacional para a obtenção da nacionalidade", disse. Um ponto em que também observou que o PS, partido que vai votar contra na terça-feira em votação final global, na sua última proposta, admitiu um prazo de nove anos. "Estamos perante diferenças relativamente pequenas.
Entre os quatro maiores partidos portugueses parece haver um consenso neste ponto que é essencial", disse, já depois de o "vice" da bancada social-democrata ter advogado que o PSD e CDS aprovaram algumas propostas dos socialistas em sede de especialidade.
"Por todos os meios, como foi o nosso propósito desde o início, o PSD procurou um consenso entre os partidos. Ficou claro hoje de manhã que, quer com o PS, quer com outros partidos, fomos dialogando relativamente a questões que não tinha regulação clara. O objetivo é responder à situação social que se vive em Portugal, agravada nos últimos anos por um acesso enorme de imigrantes", sustentou.
Ao contrário da tese do PSD, o deputado do Livre Paulo Muacho considerou que as alterações introduzidas são em alguns casos marcadas pela "arbitrariedade" e colocou dúvidas de constitucionalidade relativamente à perda da nacionalidade adquirida por crimes cometidos. "Este processo começou mal. O PSD disse que falou com os partidos, mas com o Livre não houve diálogo.
Houve apenas com o PS e com o Chega", frisou, antes de reforçar a sua posição de que as mudanças agora aprovadas na especialidade vão introduzir ambiguidade na nova legislação. Por sua vez, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, declarou que o país está perante propostas que constituem "uma alteração para pior, o que significa um retrocesso", criando a figura de "cidadãos de primeira e segunda".
"Ficou evidente um entendimento entre PSD, Chega, CDS e IL" que veio "piorar a lei da nacionalidade", com exigências que "dificultam e muito a atribuição" da cidadania portuguesa aos imigrantes, enquanto os "vistos gold continuam a ter facilidade", criticou. Posição idêntica sobre a diferença de tratamento para quem adquire "vistos gold" e imigrantes que trabalham em Portugal foi manifestada logo no início da reunião pela coordenadora do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua.
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