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Quatro milhões para travar revolta na sardinha

Governo recusa aumentar quota. Pescadores não desistem.

26 de agosto de 2015 às 08:52

Os pescadores garantem que ainda se pode pescar sardinha por mais uma semana sem colocar em causa os stocks de peixe. Mas o Governo recusa aumentar as quotas e Assunção Cristas oferece quatro milhões de euros em subsídios para travar a revolta e compensar quem fica em terra. Em 2014, metade da frota que se dedica à pesca da sardinha (cerca de 250 embarcações) optou por parar e receber o subsídio, e este ano a expectativa do Governo é a mesma.

"Os valores em causa são os máximos que nós podemos dar de acordo com os regulamentos comunitários", afirmou a ministra da Agricultura e do Mar. Os pescadores vão receber 20 euros por dia, os mestres 24 e os oficiais 27 euros por cada dia em que a embarcação fique em terra.

O limite de 13 mil toneladas devia ter durado até finais de outubro, mas quase todas as cooperativas já atingiram os limites. O Governo vai fazer novas pesquisas aos stocks em outubro e espera por informações de Espanha para definir as capturas para 2016.

Para os pescadores, não chega. "Estes apoios não são suficientes para que esta pescaria consiga sobreviver até à reabertura da pesca da sardinha. Foi tudo à pressa", queixa-se Humberto Jorge. O presidente da Opcentro - Cooperativa da Pesca Geral do Centro garante que o setor não vai cruzar os braços e pede uma reunião urgente com a ministra Assunção Cristas. No Algarve, as duas organizações de produtores têm as quotas quase esgotadas. Jorge Vairinhos, da Barlapescas, com sede em Portimão, afirma mesmo que "os barcos podem ser forçados a parar a qualquer momento".

Este ano, a quantidade atribuída à frota do cerco algarvio foi de apenas cerca de 1400 toneladas, mas os pescadores garantem que não falta peixe no mar. "Se há barcos do norte que estão cá a pescar é porque existe peixe na nossa costa", frisa o dirigente da Barlapescas, adiantando ainda que "muita sardinha que vem nas redes acaba por ter de ser atirada fora, por ultrapassar a quantidade permitida por barco", o que "não faz qualquer sentido em termos de preservação dos recursos".

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