Capitão de Abril pede à esquerda que deixe o que apelida de "estupidez nata" e opte por uma estratégia de unidade.
O coronel Vasco Lourenço declarou esta quinta-feira o apoio à candidatura presidencial de António José Seguro e apelou à desistência de António Filipe e Catarina Martins, pedindo que seja adotada uma estratégia de unidade à esquerda.
O apoio foi anunciado pelo próprio num comunicado enviado à agência Lusa em que diz reconhecer em António José Seguro "um compromisso claro e sem ambiguidades com a Constituição, com a defesa da democracia plural e com a proteção dos direitos fundamentais de todos os portugueses".
No mesmo comunicado, Vasco Lourenço pede que se construam "maiorias e convergências que não deixem dúvidas" entre "forças progressistas, democráticas e humanistas" para permitir um "resultado inequívoco, que afirme de forma indiscutível a escolha dos portugueses pela liberdade e pela democracia" contra "ambiguidades perigosas" e "tentativas de manipulação da História".
Em declarações à Lusa, o capitão de Abril vai mais longe e pede à esquerda que deixe o que apelida de "estupidez nata" e opte por uma estratégia de unidade, concentrando esforços em torno da candidatura de António José Seguro.
Questionado sobre se isso significa que António Filipe e Catarina Martins deveriam abdicar das suas candidaturas, Vasco Lourenço respondeu que é "evidente", acrescentando mesmo que já transmitiu essa posição ao candidato apoiado pelo PCP num encontro entre o próprio e a Associação 25 de Abril (presidida por Vasco Lourenço).
"Eu tenho por ele uma estima grande, conheço-o há muito tempo, mas os seus votos vão ser votos perdidos. [Disse-lhe] 'você não tem hipótese de ser eleito'. E por isso, eu acho que, de facto, a esquerda, se olhar para dentro de uma forma consciente, devia unir-se à volta de quem tenha capacidade para ser eleito", defendeu.
Vasco Lourenço diz que "além de reconhecer qualidades" em Seguro, o socialista é o único "que está em condições de poder fazer frente aos candidatos da direita", insistindo numa união da esquerda nem que seja preciso "tapar a cara" [no boletim de voto] - numa alusão ao pedido feito pelo então líder do PCP, Álvaro Cunhal, para uma votação no socialista Mário Soares, nas presidenciais de 1986, frente a Freitas do Amaral.
Sobre a demora do PS em declarar apoio a um candidato presidencial, o militar de Abril disse "não perceber", acrescentando que "houve vários possíveis candidatos que não deram um passo em frente", ao contrário do que fez António José Seguro.
Vasco Lourenço revelou ainda, sem detalhar, ter recebido pressões para avançar com uma candidatura presidencial, mas que recusou o apelo por motivos de idade.
No comunicado enviado à Lusa, o militar sublinha que na história recente "ousaram-se impor visões de maior autoritarismo, mesmo num contexto formalmente democrático" e que esses impulsos foram "derrotados pelo firme compromisso do cidadão com a liberdade e pela clara vontade coletiva de não regressar a um tempo de medo".
"Do mesmo modo, hoje impõe-se derrotar, de forma inequívoca, quaisquer veleidades autoritárias que voltem a tentar ganhar espaço nas nossas instituições e no debate público", argumenta.
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